Carregamento de elétricos começa a ser pago a 1 de novembro

14/09/2018

O carregamento de veículos elétricos na rede pública começará a ser pago no dia 1 de novembro, revelou hoje José Gomes Mendes, secretário de Estado Adjunto e do Ambiente.

Falando na conferência de Descarbonização dos Transportes ao abrigo do Lisbon Mobi Summit, que decorre este fim de semana em Lisboa e que aborda os desafios da mobilidade, Gomes Mendes indicou que os carregamentos da rede pública vão começar a ser pagos a partir do dia 1 de novembro, um pouco mais tarde do que era esperado, uma vez que inicialmente acreditava-se que a rede seria paga ainda no verão.

De acordo com o membro do Governo, os tarifários dos diferentes operadores serão revelados mais perto da data de início dos pagamentos, com os acordos a serem finalizados em meados de outubro.

Para José Gomes Mendes, a simplificação é um fator crucial para se ter uma rede bem-sucedida, sendo que para o efeito são necessárias “três camadas”, adianta.

“Temos de ter um conjunto de operadores, os comercializadores de energia elétrica para os carros e uma entidade gestora”, começou por referir, concretizando que “esta última é necessária porque queremos uma rede de carregamento em que qualquer pessoa possa carregar em qualquer estação, sem problemas de compatibilidade. Uma rede interoperacional. Carregar, por exemplo, com o mesmo cartão em todas”, explicou, lembrado que numa viagem recente ao Reino Unido deparou-se com uma realidade em que “as pessoas se queixavam de haver 26 redes distintas”.

O objetivo é, por isso”, “um cartão na rede pública, mesmo que depois existam programas privados. Vamos arrancar com os pagamentos a 1 de novembro e a meio de outubro termos os acordos todos firmados com os operadores”.

Sobre o incremento da descarbonização no setor dos transportes, o secretário de Estado destaca que é necessária uma combinação de fatores: “uma transferência de modos do transporte pesados para mais leves, a descarbonização dos motores e o trabalho de parceria entre os diversos intervenientes da mobilidade”.

Noutro âmbito, lembrou que Portugal foi um dos países pioneiros na aliança para a neutralidade carbónica no setor dos transportes, juntamente com França, Holanda e Costa Rica, num esforço tripartido entre governos centrais, cidades e entidades privadas. Sobre este assunto, revelou que há mais “três participantes na aliança, que são a DHL o estado de Califórnia (o primeiro estado dos EUA a fazê-lo) e a Brisa”.

Recordando que é necessária a integração adequada da rede, dos veículos e da infraestrutura, aponta como meta que “até 2040 todos os ligeiros e comerciais vendidos em Portugal sejam veículos de emissões zero ou de muito baixas emissões, abaixo dos 30 g/km de CO2”.