De acordo com os dados da JATO Dynamics, que analisa o mercado europeu, o Tesla Model 3 foi um dos protagonistas do mês de fevereiro, potenciando o segmento dos elétricos (BEV), no qual é agora o líder, batendo rivais como o Nissan Leaf ou o Renault Zoe, “apesar de ser mais caro e disponível apenas por um curto espaço de tempo”.
Referindo-se à prestação do Model 3, cujas vendas (3630 unidades, no total) foram compostas quase exclusivamente por privados e não por frotas, Felipe Muñoz, analista da JATO, explicou que “a performance do Model 3 é notável, uma vez que não costumamos ver este tipo de resultados até quatro ou cinco meses depois de um carro novo chegar às estradas”.
Aquela entidade dá ainda conta do facto de o Model 3 ter sido a berlina executiva Premium mais vendida, batendo propostas conhecidas dos fabricantes convencionais como a Audi (A4), BMW (Série 3) e Mercedes-Benz (Classe C), com Muñoz a referir que “o impacto das vendas do Model 3 no mercado europeu irá depender da rapidez com que os construtores Premium alemães, a Volvo e a Jaguar Land Rover reagem à chegada do Model 3 à Europa e à rapidez com que conseguem trazer as suas próprias berlinas elétricas para o mercado”.
O mês de fevereiro foi bastante positivo para os veículos puramente elétricos, apesar de terem uma quota de mercado ainda bastante reduzida, de apenas 1,9%, embora com um aumento de volume para cerca de 20 mil registos na Europa, continuando a ganhar espaço em mercado como a Noruega, onde compõem 40% do total das vendas.
Mercado em declínioNo cômputo total do mercado europeu, a JATO dá conta da continuidade da tendência de decréscimo nas vendas de veículos novos, com o mês de fevereiro a ser o sexto consecutivo em que existe um valor negativo em comparação homóloga (1.14 milhões de veículos em fevereiro). Esse valor está relacionado com a incerteza para muitos dos mercados europeus, sendo apontado o caso espanhol, no qual os registos caíram 10% à conta da incerteza política, e o holandês, onde a mudança de impostos referentes aos elétricos contribuiu para uma queda de 15% no total.
Por outro lado, mas não compensando na totalidade, alguns mercados apresentaram ganhos. Foi o caso do romeno, que registou um aumento de 36%, graças a um novo esquema de incentivo à renovação de frota, ou do dinamarquês, com um aumento de 8% graças ao aumento nas vendas de veículos eletrificados (BEV e PHEV).
Os registos de veículos Diesel voltaram a cair na Europa, embora com uma quota de mercado agora estabilizada nos 34%, registando-se um aumento de 8% nas matrículas desse combustível na Alemanha, por exemplo. Por tipologia de veículo, apenas os SUV, carrinhas e desportivos aumentaram em fevereiro, com os compactos e modelos do segmento médio a caírem bastante neste mês. Os SUV, de todas as dimensões, tiveram um aumento de 10% para as 421.500 unidades para uma quota de cerca de 37%. Os modelos mais compactos (B-SUV) tiveram um aumento na procura na ordem dos 13%.
Por gamas, o Volkswagen Golf continua a ser o mais vendido na Europa, apesar de ser um modelo prestes a receber uma nova geração. Curiosamente, esse compacto de segmento C teve uma redução nas matrículas de unidades a gasolina (menos 18%) e um aumento nos Diesel (mais 8%), ao passo que – boas notícias para o setor exportador nacional – o Volkswagen T-ROC saltou para o sétimo lugar da tabela dos mais vendidos, sendo o SUV mais vendido na Europa, batendo o seu congénere Tiguan e o Nissan Qashqai.
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