M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Um dos eventos que precipitou a Segunda Guerra Mundial foi a invasão nazi da Checoslováquia em 1938. Um dos “prémios” do saque alemão foi o Tatra 87, um dos primeiros automóveis de produção com motor V8, que foi adotado pelos oficiais nazis como carro de serviço. E que foi, ao mesmo tempo, uma das armas secretas para começar a derrotar os nazis ainda antes da guerra começar.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

A Tatra é uma marca checa que hoje é conhecida pelos seus camiões, que costumam ganhar a sua divisão no Rali Dakar, mas no passado era um construtor de automóveis de luxo de renome. O seu modelo de topo estava disponível com um motor 3.0 V8 que debitava 75 cv e que estava montado numa carroçaria moderna e aerodinâmica. Era capaz de atingir os 150 km/h e os oficiais nazis gostavam de viajar entre Berlim e Praga a essa velocidade.

O problema é que o carro era instável nas curvas, com tendência para entrar em pião e despistar-se. Logo na primeira semana de uso, sete oficiais de altas patentes morreram em acidentes de viação. Mas mesmo assim insistiam em conduzir estes automóveis, tanto que, quando a guerra se incendiou, os Aliados chamavam “arma secreta” ao Tatra.

Os alemães ainda tiraram alguma satisfação do carro. Se o Tatra lhe parece familiar, é porque Ferdinand Porsche, que havia nascido no Império Austro-Húngaro e escolhera nacionalidade checoslovaca com a dissolução da monarquia, estava familiarizado com a Tatra e decidiu copiar um modelo mais pequeno, o Tatra V570, para criar o Volkswagen KDF, que depois ficou conhecido como… Carocha. Mesmo assim, não se ficou a rir, já que a Tatra venceu um processo judicial em 1965, que custou um milhão de marcos alemães na época.

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