O mítico Jaguar XK120 celebra 70 anos

15/08/2018

Este ano, celebramos os 70 anos da Porsche, mas isso não deve eclipsar o aniversário de um ícone automóvel que lançou uma nova geração de automóveis desportivos e que em 2018, entra igualmente no clube dos septuagenários: o Jaguar XK120.

Recuemos então ao ano de 1948. A Europa procurava reerguer-se dos escombros causados pelo último conflito mundial, tal como a indústria automóvel e mais particularmente os automóveis desportivos. Mas quando as marcas do pré-guerra tentavam aguentar como podiam, fazendo evoluir modelos lançados nos anos 30, a Jaguar lançou um modelo totalmente inovador, com um estilo moderno e um motor inédito.

Inicialmente, os homens de Coventry procuravam relançar a marca com a apresentação no Salão de Londres de 1948 da berlina Mark VII, a qual devia inaugurar o novíssimo 6 cilindros 3,4 litros com dupla árvore de cames. No entanto, uma série de vicissitudes com os fornecedores impossibilitou a apresentação do modelo a tempo do salão londrino. Estava obviamente fora de questão chegar lá sem a grande novidade que era o motor XK, pelo que foi concebido em tempo recorde, um automóvel novo cuja carroçaria, construída à mão e com painéis de alumínio, seria colocada num chassis de Mark V encurtado de 47 cm. O que devia ser um mero expositor improvisado para o novo motor 6 cilindros acabou por fazer furor junto do público, muito graças às linhas criadas por Sir William Lyons, o patrão e designer da Jaguar.

Assim, foi decidido comercializar o agora denominado Jaguar XK 120. Com uma velocidade máxima de 200 km/h – 120 milhas por hora, daí o nome – e uma potência de 160 bhp (120 cv DIN) este super desportivo oferecia performances dum Ferrari ou Aston Martin mas por um preço muito inferior. O motor tinha um binário suficiente para responder às diversas solicitações e o chassis mostrava-se à altura. Só a caixa mostrava-se algo difícil de manipular.

Escusado será dizer que a relação preço/performance do Jaguar XK120 lhe garantiu o sucesso, inclusive do outro lado do Atlântico. A procura superou as expectativas iniciais e a Jaguar viu-se então obrigada a abandonar a carroçaria em alumínio e optar pelo aço, o que permitia uma construção mais rápida e mais económica. Ao Roadster junta-se um elegante Coupé em 1951 e dois anos mais tarde um Cabriolet completou a gama, a capota aparente libertou mais espaço para o habitáculo e a mala. No plano desportivo o XK120 destacou-se em vários ralis e corridas para gentlemen drivers tendo ainda servido de base para o Type C, vencedor das edições 1951 e 1953 das 24h de Le Mans.

Ao fim de 12 053 unidades (7610 Roadsters dos quais 240 em alumínio, 2678 Coupés e 1765 Cabriolets), o XK120 é substituído pelo XK140, maior, mais potente, sempre elegante mas já sem a pureza da linha original.

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