M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Antes da Segunda Guerra Mundial, a Bugatti era a marca francesa com a imagem mais desportiva. Mas a Talbot construía os automóveis com mais personalidade. Em 1932, Anthony Lago, engenheiro italiano emigrado em Inglaterra, foi contratado pela STD Motors para revitalizar a divisão francesa do grupo britânico. Passando a construir os carros conhecidos como Talbot-Lago, em 1936 conseguiu mesmo tomar o controlo da companhia.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Nessa fase, o Talbot-Lago T150C era o ex-libris da marca. Os carros partilhavam a mesma mecânica, mas os clientes optavam sempre por uma carroçaria com elementos personalizados, completadas num carroçador especializado. E é nessas circunstâncias que surge o ‘Goutte d’Eau’, edição especial com apenas duas unidades montadas na Figoni & Falaschi, carroçador baseado nos arredores de Paris.

O carro mais famoso foi vendido à Princesa Stella, do estado indiano de Kapurthala. O outro foi parar às mãos de um empresário suíço, em 1937. A carroçaria ‘Goutte d’Eau’ (gota de água) tinha as rodas tapadas, um estilo que a Figoni aplicava mais frequentemente com os Delahaye, rivais dos Talbot. Era um estilo apropriado para o chassis desportivo ultraleve (T150C-SS), combinado com um motor de seis cilindros de 4000 cc e 165 cv, que lhe permitia atingir os 185 km/h.

Este ‘Goutte d’Or’ foi transformado num descapotável após a Segunda Guerra Mundial, em 1946, e 20 anos depois passou para as mãos do filho do primeiro dono. Este vendeu o carro em 1987 ao seu dono atual, pelo que apenas teve três proprietários em toda a sua vida. O atual dono mandou restaurar a carroçaria Figoni original, e agora colocou-à venda no Leilão de Villa Erab da RM Sothebys. Existem muitas recriações do ‘Goutte d’Eau’, mas este é o artigo original e pode ser seu.

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