M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Quem cresceu nos anos 80 tem um supercarro favorito, e não é um Ferrari, nem um Porsche, nem um Bugatti, nem nada do género. O seu nome era Lamborghini Countach, e era o carro mais vendido em pósteres, graças à sua aparência de era espacial, numa altura em que a Ferrari tentava manter-se tradicional, a Porsche dependia quase em exclusivo do 911, o Corvette não tinha potência e a Bugatti ainda não tinha sido ressuscitada.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

O nome do Countach é derivado de uma expressão na língua piemontesa (falada no interior do norte de Itália) que significa, mais ou menos, “fosga-se!”. O seu design foi criado por Marcello Gandini, então um jovem designer da Bertone que não queria saber de convenções da indústria automóvel, e estava mais interessado em deixar de boca aberta qualquer pessoa que olhasse para o carro. Claro, isto causou problemas com o arrefecimento do motor e com a visibilidade traseira na altura de estacionar. Mas Gandini também inventou as portas em tesoura, com o Countach a ser o primeiro automóvel de produção a instalá-las.

O Lamborghini Countach LP400 chegou ao mercado em 1974, com o motor motor V12 de 3,9 litros e 375 cv do seu antecessor, o Miura. Não foi possível montar o 5.0 que estava previsto. Mesmo assim, chegava aos 100 km/h em 5,4 segundos. Obrigações ecológicas obrigaram a reduzir a potência para 355 cv em 1978 com o LP400 S, mas em contrapartida ganhou um alargamento das rodas.

Em 1982, a potência voltou para 375 cv com o LP500 S, que tinha motor de 4,8 litros, e em 1985 cresceu novamente para 5,2 litros com o 5000 QV, ganhando cabeça de 48 válvulas. A potência era já de 455 cv com seis carburadores, ou 420 com injeção e catalizador. Estava prevista a chegada de uma variante turbo com mais de 700 cv, mas no final apenas uma versão especial de aniversário, lançada em 1988 com o mesmo motor do 5000 QV e apuros aerodinâmicos. A produção terminou em 1990, com 2042 unidades vendidas.

O Countach tornou-se tão icónico que foi amplamente usado no cinema e em videojogos. Foi usado no filme “A Corrida Mais Louca do Mundo” pela equipa feminina, e num episódio de “Miami Vice” por Joaquim de Almeida, onde foi perseguido pelo Ferrari de Sonny Crockett. Era também o modelo em que se transformavam os robôs “Sideswipe” e “Suntreaker”, da linha de bonecos de ação “Transformers”, e apareceu em jogos de computador como “High Speed” de 1986 e “Covert Action” de 1990.

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