A Astara, grupo multinacional que detém a importação de diversas marcas para o nosso país, incluindo da Kia, Mitsubishi e da Aiways, entre outras, revelou otimismo moderado quanto ao crescimento para 2023, com a Kia a ser aquela que mais ambições tem no crescimento das vendas e quota de mercado.

Ao longo de uma conferência de imprensa realizada esta terça-feira, no Jamor, a Astara – entidade que provém da Bergé Auto – detalhou os seus resultados comerciais de 2022 por cada marca e apresentou ainda os seus planos para 2023, com ambições moderadas de crescimento geral a reboque de uma melhoria das circunstâncias de entrega de unidades novas.

Apesar de ser reconhecida ainda uma grande volatilidade, a Astara adianta que o objetivo para 2023 é chegar aos 15 mil automóveis vendidos, contando aqui com 2000 do mercado de usados, que é outra área de negócios em que a Astara tem presença.

A Kia será a marca que terá maior destaque, procurando-se assim dar continuidade ao resultado de 2022, que foi o melhor de sempre para a marca em Portugal, tanto em quota de mercado (4,1%), como em volume de vendas, com 6419 unidades registadas, matriculando mais 1145 unidades do que em 2021.

Para este ano, a ambição é chegar às 7250 unidades vendidas e aos 4,5% de quota de mercado, com os modelos Stonic, XCeed, Niro e Sportage a serem os esteios desse mesmo crescimento (prevendo-se que sejam 64% das vendas totais da marca). Tal como sucedeu em 2022, em que foram matriculadas quase 2000 unidades), o Stonic deverá ser o mais vendido também em 2023, com 2245 unidades esperadas, com o Xceed a seguir, incluindo-se aqui 400 unidades da variante híbrida plug-in.

Adicionalmente, a chegada das novas gerações do Niro e do Sportage, da renovada gama XCeed e dos elétricos EV6 e, no final deste ano, do EV9, promovem a deslocação da Kia de uma perceção mais ligada ao segmento A e B para um segmento mais superior. Paralelamente, a marca sul-coreana também aposta fortemente na eletrificação, tendo como objetivo declarado tornar-se na número 1 da Europa em mobilidade elétrica.

A este propósito, João Seabra, Diretor-Geral da Kia Portugal, recordou a importância do Plano S traçado pela marca para se tornar cada vez mais eletrificada, ambicionando chegar à liderança do mercado dos VE com 14 modelos eletrificados no mercado em 2027. A marca espera chegar, globalmente, aos quatro milhões de unidades vendidas em 2030, das quais mais de metade deverá corresponder a modelos com algum tipo de eletrificação e, destes, 1.2 milhões de automóveis puramente elétricos.

A gama no futuro irá contar com modelos como um novo crossover urbano (CUV) compacto, um SUV de segmento B, uma berlina e um compacto de cinco portas para o segmento C, um SUV para o segmento C, o EV6 e o EV9. Este último será posicionado como porta-estandarte da Kia, um SUV topo de gama para lançar a marca num segmento novo, com 560 quilómetros de autonomia, interior com sete lugares e focado na digitalização. Será lançado no último trimestre do ano.

A nível europeu, a Kia teve também um ano de 2022 de crescimento, com uma quota de mercado de 4,4% no mercado de comerciais e de passageiros, entrando pela primeira vez no top 10, com João Seabra a considerar este resultado “excecional”. Desta forma, “a região europeia é a segunda maior para a Kia, com mais de 570 mil unidades matriculadas, das quais quase 205 mil foram de veículos eletrificados [204.848]”.

Mitsubishi com novo fôlego europeu

Do resto das marcas da Astara, o outro destaque é a Mitsubishi, que teve em 2022 uma quota de mercado de 1,4% em Portugal, naquele que é assim o país em que a marca nipónica tem melhor quota de mercado na Europa.

Tirando partido das sinergias do Grupo Renault, a Mitsubishi irá exibir um outro fôlego no continente europeu, com um novo ciclo de produto que, numa primeira fase, terá por base modelos da Renault, como o ASX já em abril e o novo Colt no final do ano. Por outro lado, perde a pick-up L200 por imposições relacionadas com as normas de emissões.

A Aiways, Isuzu, Fuso e Maxus, outras marcas representadas pela Astara, têm ambições de crescimento mais discretas, estando praticamente todas dependentes de uma maior capacidade de produção e de entrega no nosso país.

A Isuzu, que poderá capitalizar no mercado das pick-ups com o final da L200, ambiciona chegar às 1300 unidades em Portugal em 2023, ao passo que a Aiways tem ainda um objetivo conservador com 200 unidades previstas. A falta de produto em 2022 obrigou a interromper a expansão da rede, a qual deverá prosseguir em 2023, prevendo-se ainda a chegada do novo U6 no final do ano.

No segmento dos comerciais e veículos profissionais, a Fuso espera atingir as 950 unidades na preparação para a eletrificação, enquanto a Maxus espera atingir os 400 exemplares em 2023. Da parte da Piaggio, o potencial é muito mais comedido, apontando a 100 unidades com uma oferta adaptada ao mercado de trabalho.

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