É um dos conceitos mais inovadores presentes no Salão de Genebra. Com um visual de redondo a que uma estrutura superior com oito rotores pode ser acoplada, o Airbus Pop.Up pretende ser uma visão de um transporte de massas para as megacidades do futuro, onde a população supere os dez milhões de habitantes.

Desenvolvido numa parceria entre a Airbus e a Italdesign, uma conceituada companhia de design italiana, este carro voador tem um conceito extremamente interessante e que se demarca dos demais projetos do género pelo facto de ter uma empresa com a experiência e o conhecimento da Airbus por trás. O Pop.Up é um veículo urbano modular com motorização elétrica e condução autónoma, pensado para o chão e para o ar.

Em Genebra, pudemos falar em exclusivo com dois dos responsáveis da Airbus sobre este seu conceito revolucionário que não tem por objetivo terminar com todos os problemas do trânsito nas megacidades, mas sim mitigar em grande parte a questão do congestionamento nesses centros urbanos, conforme explicou Marco Bergero, responsável técnico da Airbus, em declarações ao Motor 24.

Todo o conceito está pensado para a megacidade, para as grandes cidades com mais de dez muilhões de habitantes. Pensamos que, entre os próximos sete a dez anos, teremos este modelo pronto para estar nas ruas e nos ares”, indicou.

Tecnicamente, o Pop.Up consiste em três peças fundamentais: um sistema de inteligência artificial que prepara rotas alternativas de acordo com as preferências e historial do cliente; uma cápsula de transporte que pode ser acoplada a um módulo terrestre ou a um módulo aéreo; e um módulo de interface entre veículos, para navegar entre o trânsito urbano aéreo.

Na prática, em condições normais, a cápsula do passageiro está acoplada pela sua base a um módulo elétrico que circula na estrada, mas se for preciso pode ser retirada do trânsito através de um drone com 5 metros de envergardura e oito rotores, que se integra no tejadilho da cápsula e pode transportá-lo diretamente pelo ar.

Questões por resolver

Bergero aponta, contudo, duas situações que são preciso resolver antes de colocar o Pop.Up em atividade, uma de parte técnica e outra regulamentar.

Existem dois pontos em que temos de trabalhar do ponto de vista da tecnologia: o primeiro é na bateria. Como está hoje, a bateria não nos está a permitir ter um módulo voador leve como pretendemos. Pelo outro lado, temos a legislação. Temos de falar com as cidades e com os governos para chegarmos à forma de atingirmos as melhores regulações para esta parte dos céus que, neste momento, não estão regulados”, explicou, observando que essa é a única forma de evitar a transferência dos problemas do asfalto para os ares.

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“Essa é a ideia. O conceito não é resolver todos os problemas do engarrafmento no trânsito, mas achamos que podemos melhorar a vida dos habitantes nas megacidades. Não queremos fazer nada que seja Premium ou luxuoso. Queremos e estamos a pensar num sistema de mobilidade de massas. Do ponto de vista do preço, algo que seja acessível para a grande maioria das pessoas”, acrescenta, adiantando que o custo ambicionado é o mesmo de um táxi comum apesar do aumento da tecnologia envolvida neste projeto.

Quanto ao início dos testes com este modelo ainda não há um prazo, mas o primeiro indicador virá dos ensaios com um outro modelo ao abrigo do projeto Vahana, previstos para o final deste ano.

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