FOTO Mark Stone/University of Washington
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
As abelhas são dos animais mais importantes para o ecossistema, pois os seus voos constantes de flor para flor servem para polinizar plantas e assegurar a diversidade genética destas. Para o ser humano, além de ajudarem a polinizar colheitas, também podemos usar a sua produção de mel e cera. Mas há uma nova maneira de as abelhas ajudarem na eletrónica, transportando sensores.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Atualmente, a agricultura utiliza drones para sobrevoar campos e recolher informação sobre temperatura, humidade e desenvolvimento da colheita. Mas os drones consomem demasiada energia por voo e necessitam de parar após 20 minutos no ar. Por isso, um grupo de engenheiros da Escola de Engenharia de Computadores da Universidade de Washington criou um aparelho reduzido que pode ser transportado pelas abelhas para fazerem o mesmo trabalho dos drones.

As abelhas conseguem transportar um peso adicional equivalente ao seu em voo, mas mesmo o equipamento reduzido corria o risco de ser demasiado pesado. Assim, tiveram que fazer algumas concessões. Primeiro, usaram zangões, que como são maiores, podem transportar facilmente os sensores e a bateria que lhe dá potência. Depois eliminaram o sistema de envio de dados com localização por GPS, demasiado complexo.

Para colocar estas “mochilas” eletrónicas nos zangões, os insetos foram colocados durante alguns minutos num frigorífico, para não se mexerem. Depois, como estes não se movem pelos locais que os agricultores necessitam, os aparelhos que transportam foram equipados com chips RFID, que são identificados remotamente por antenas colocadas ao longo do campo. No final do dia, os sensores são carregados por indução enquanto os zangões descansam na colmeia, enquanto a informação é recolhida pelo sistema central e comparada com a localização identificada durante o dia pelas antenas.

Com este sistema, a posição do zangão pode ser reconhecida até 80 metros, mas o grupo de trabalho da Universidade de Washington ainda está a trabalhar para resolver o problema das abelhas não visitarem toda a extensão de um campo de cultivo, bem como em chips para acumular mais informação (estão limitados a 30 kB) ou até montar minicâmaras.