M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
A gasolina continua a ser o modo mais eficiente e mais barato de transformar uma fonte de energia em movimento num veículo automóvel, e embora o mundo industrializado já esteja a trabalhar no seu fim, em muitos locais do planeta terá que continuar a ser usada como combustível. Até lá, o melhor que se pode fazer é reduzir o seu impacto ambiental, e a adição de celulose pode ajudar a tornar a gasolina mais verde e menos poluente.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

O Laboratório de Química da Universidade Católica da Lovaina, na Bélgica, já tinha descoberto em 2014 que a celulose da serradura pode ser convertida nos componentes principais do petróleo, dando origem a cadeias moleculares de hidrocarbonetos. Esta forma básica de combustível, que é praticamente idêntica ao petróleo encontrado na natureza, pode ser adicionada à gasolina, transformando-a num biocombustível.

Para refinar este aditivo de celulose, os investigadores da Universidade da Lovaina montaram um reator no químico no Laboratório e começaram a produzir este componente em pequena escala. Mas agora já foi descoberta a fase ideal em que a celulose pode ser adicionada ao petróleo para criar esta gasolina verde, e já têm uma receita pronta a usar, que pode ser usada por qualquer empresa de produtos petrolíferos interessada em utilizá-la no processo de produção. Este biocombustível tem as mesmas qualidades da gasolina comercial.

De acordo com o líder do projeto, Bert Sels, este composto químico derivado da celulose não pode ser produzido em quantidade suficiente para ser usado sozinho, razão porque é necessário utilizá-lo como aditivio. No entanto, é uma boa alternativa para reduzir o impacto ambiental da produção de gasolina, até porque esta não vai desaparecer a médio prazo, mesmo na Europa.