M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Os aviões são os veículos que mais necessitam de baixar a sua pegada ecológica, mas o design e a tecnologia são de difícil transformação em fontes mais ecológicas de energia. Só que, agora, um grupo de cientistas desenvolveu um processo para transformar restos orgânicos da agricultura e da indústria madeireira em combustível de aviação de alta densidade.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

A celulose é uma forma barata de obter energia a partir de uma fonte renovável, sendo transformada em biofuel, mas com menos capacidade energética que a gasolina, pelo que eram completamente inadequados para as necessidades energéticas de um motor de avião. No entanto, o novo estudo científico publicado na revista Joule revela como a equipa científica chinesa conseguiu separar os vários componentes da celulose até chegarem ao produto final, uma mistura de dois policicloalcanos (hidrocarbonos saturados) com uma densidade superior em 10 por cento aos combustíveis de aviação tradicionais.

Este novo produto pode ser usado como substituto do combustível para aviões, ou como aditivo para melhorar a eficiência de outros combustíveis. Em todo o caso, os cientistas chinesas esperam que um motor consiga operar durante mais quilómetros com esta criação, além de emitir menos poluição quando o avião aterra ou levanta voo. Embora o processo ainda só tenha sido testado em laboratório, tem o potencial para ser mais barato de produzir, aproveitando fontes que normalmente seriam consideradas lixo. O único obstáculo é que um dos químicos usados para decompor a celulose no processo de produção é um solvente industrial altamente tóxico para o ambiente.