M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
A bitcoin foi criada como uma forma de pagamento para ser usada exclusivamente em modo eletrónica, que permitiria aos seus utilizadores trabalhar com uma moeda completamente livre da influência dos bancos centrais. Mas esta forma inovadora de pagamento também criou os seus problemas. Como é criada e utilizada por transmissão de dados através da internet, arrisca tornar-se a principal causa de aquecimento global.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

De acordo com um estudo realizado pela Universidade do Havai e publicado no jornal científico Nature Climate Change, se a bitcoin foi implementada à mesma velocidade que outras tecnologias recentes, poderá causar emissões de dióxido de carbono suficientes para fazer a temperatura média da Terra aumentar em dois graus Celsius até 2033. Para criar e usar bitcoin, é preciso computadores potentes, capazes de gerir uma grande quantidade de informação, e estes computadores vão gastar muito mais energia que muitos outros aparelhos elétricos.

Para criar bitcoin, os “mineiros”, como estes produtores são chamados, devem competir uns com os outros para gerar os algoritmos que provam que a criptomoeda foi criada. Os investigadores da Universidade do Havai mediu a energia consumida pelos computadores que criam esta e outras criptomoedas, bem como a localização geográfica dos computadores, e concluíram que estes computadores foram responsáveis por emitir 69 milhões de toneladas de dióxido de carbono para a atmosfera em 2019.

Com o uso do bitcoin a crescer, o estudo estima que o aquecimento global de dois graus Celsius, previsto para acontecer em 2049, vai ocorrer mais cedo em 2033 graças à criptomoeda. Camilo Mora, professor de geografia na Universidade do Havai e líder da equipa que realizou o estudo, acredita que o bitcoin deve ser adicionado aos transportes, uso energético caseiro e produção alimentar como uma das principais causas de aquecimento global.