Mercedes vai ter um elétrico em cada gama

11/10/2018

É incontornável que a mobilidade do futuro caminhe no sentido da eletrificação, variando apenas a forma como essa mesma performance se irá obter. No caso da Mercedes-Benz, a ofensiva por uma mobilidade mais sustentada passa por uma família e por uma denominação comum: EQ. Ao abrigo desta denominação, a marca de Estugarda pretende revolucionar todo o seu portefólio de modelos, de forma a ter, em 2022, uma variante elétrica em cada gama.

Já conhecida a viragem da smart para os elétricos – será a primeira marca tradicional a reorientar os seus esforços de vendas de modelos convencionais para elétricos –, a Mercedes-Benz também procura entrar no universo da mobilidade ‘verde’, embora não de uma única forma. Antes, tem em curso uma aposta tripartida que, no cômputo, irá tratar de responder a todas as necessidades dos seus clientes.

Para os próximos anos e com o objetivo de tornar a sua gama cada vez mais ecológica para cumprir com as normas mais estritas da União Europeia (UE) em relação às emissões poluentes, a Mercedes-Benz aplicará a eletrificação de três formas. A primeira será com a EQ Boost, uma forma de tornar os motores de combustão interna mais eficientes com a adição de um sistema elétrico de 48 V e de um gerador/alternador (ISG) integrado. A segunda passa pelo método denominado EQ Power, que mais não é do que aplicação da fórmula híbrida Plug-in, com motores de combustão interna e elétrico a conviver para maior eficácia ambiental (a condução com emissões zero está garantida). Por fim, a derradeira fórmula é a puramente elétrica, simplesmente denominada EQ, que prevê a introdução de modelos a pilha de combustível de hidrogénio (F-Cell) e elétricos de bateria.

O que é que é a EQ?

Em suma, em traços gerais, a submarca EQ é uma criação da Daimler para abarcar todos os modelos e derivações de foco mais ‘verde’, como os híbridos Plug-in ou os modelos 100% elétricos. No caso da Mercedes-Benz, a sigla EQ não se resume apenas aos modelos mais comuns, mas também aos mais desportivos, com a AMG a tirar partido igualmente dos avanços da EQ, sobretudo, com a aplicação do método EQ Power+, inspirando-se na própria tecnologia proprietária que tem sido desenvolvida – com tantos e bons resultados – na Fórmula 1, modalidade na qual o britânico Lewis Hamilton se prepara para comemorar mais um título, o quinto da sua carreira. Quatro deles foram obtidos com a Mercedes-AMG desde 2014.

Tudo isto envolto na ideia expressa por Uwe Ernstberger, vice-presidente de desenvolvimento das gamas C, E e S da Mercedes-Benz, de que os Mercedes-Benz do futuro têm de cativar o cérebro e o coração. Ou seja, devem promover o lado racional, mas não esquecer o lado emocional e apelativo de quem procura prazer de condução e requinte num automóvel da marca de Estugarda.

Vamos por parte. O que é que é cada uma dessas facetas: EQ Boost, EQ Power e EQ?

Passo 1 com o EQ Boost: fôlego à combustão interna

O primeiro caminho da Mercedes-Benz com a fórmula EQ é aquele que já se pode encontrar em muitos modelos da marca, com a técnica de aplicação de um sistema elétrico de 48 V que recorre a um alternador/gerador integrado para aumento de eficiência, que pretende dessa forma incrementar o nível de eficiência de um motor de combustão interna de um valor em redor dos 35-40% para um valor mais em redor dos 50%. Ao mesmo tempo, promove uma ligeira melhoria das prestações e uma redução nos consumos de uma forma significativamente menos dispendiosa do que sucede num híbrido puro e sem a complicação de um motor do género. Em 2022, esta tecnologia estará em toda a gama da Mercedes-Benz, permitindo de uma forma simples baixar as emissões.

Passo 2 com a EQ Power: ligação à corrente

A partir desta etapa, a marca aposta na vertente Plug-in híbrida, a qual está continuamente a ser desenvolvida pela companhia para maior eficiência. Aqui, a grande novidade é a chegada de variantes Diesel híbridas Plug-in, uma solução que poucos construtores adotaram (o Grupo PSA chegou a apoiá-la no passado) e que, na essência, permite controlar o receio de alguns dos condutores de terem um Diesel e que esse fique impedido de circular em cidade.

Com uma autonomia elétrica em redor dos 50 quilómetros, é possível utilizar o combustível fora da cidade e guardar a eletricidade para os terrenos urbanos. De acordo com a marca, a eficiência deste fórmula é permitida também pela recuperação de energia e pela manutenção do motor térmico em regimes que lhe são mais favoráveis.

Passo 3 com EQ: Totalmente elétricos

Com o lançamento do primeiro modelo 100% elétrico ao abrigo da sigla EQ, no decorrer de 2019, a marca entrará num novo capítulo. O EQC será o precursor dessa nova era, mas não será o único. Juntam-se-lhe os três smart EQ (fortwo, forfour e fortwo cabrio) e o fundamental GLC F-Cell, alimentado por hidrogénio e com tecnologia de pilha de combustível desenvolvida pela marca de Estugarda. O consumo médio deste modelo é de 0,34 kg/100 km de hidrogénio, de 13.7 kWh/100 km para o modo elétrico e emissões garantidas de 0 g/km de CO2.

Mercedes-Benz EQC 400 4MATIC

A família de modelos EQ irá crescer rapidamente até 2022, tendo por base uma plataforma ajustável (modular) desenvolvida para flexibilidade máxima, tanto em termos de autonomia, como de performances. Para responder a esta alteração de paradigma na mobilidade, a Mercedes-Benz está a trabalhar no sentido de colocar os modelos EQ nas mesmas linhas de produção dos modelos atuais para assim garantir máxima flexibilidade em resposta à procura esperada dos clientes.

Gama em crescendo

Três dos modelos eletrificados já se encontram no mercado, antevendo a passagem da smart para marca puramente elétrica já em 2020: os fortwo, forfour e fortwo cabrio, que irão compor toda a gama da marca citadina dentro de dois anos.

Porém, outras novidades aprestam-se a chegar. A começar, em dezembro, pelos novos modelos etiquetados com a sigla EQ Power com os Classe E a serem os primeiros. O grande destaque vai para a configuração híbrida Diesel, algo que foi tentado no passado com a PSA, mas que viria a ser posteriormente abandonado. Com uma bateria de 13.5 kWh, um motor elétrico de 90 kW e um motor turbodiesel de 2.0 litros com 194 CV, este modelo – tanto em berlina, como em carrinha -, o E 300 de consegue obter uma potência combinada de 306 CV, com uma autonomia elétrica superior a 50 quilómetros.

Mercedes-Benz C 300 de : A carrinha híbrida Plug-in Diesel chega ao mercado já em dezembro. Ainda não existem preços.

A mesma configuração é utilizada no C 300 de, que chegará no início do segundo semestre de 2019, propondo a mesma fórmula Diesel híbrido. Existem, igualmente, versões a gasolina híbridas Plug-in, com o E 300 e a recorrer a um motor de combustão interna de 211 CV, a que se junta um motor elétrico de 90 kW. A potência combinada é de 320 CV.

Para o topo-de-gama Classe S, também haverá novidades, na forma do S 560 e, que tem um motor V6 de 2996 cc de 367 CV aliado a um motor elétrico de 90 kW (sempre a mesma potência elétrica) para uma potência conjunta de 476 CV.

O EQC chegará em 2019, tal como já atrás foi referido, tendo sido revelado, igualmente, que o novo GLC F-Cell será produzido já em números limitados (1000) para os mercados da Alemanha e do Japão, onde a rede de abastecimento de hidrogénio está mais avançada. No caso deste último, há igualmente uma novidade híbrida Plug-in, uma vez que o F-Cell funciona tanto com recurso à energia da bateria, como também ao hidrogénio. O consumo de hidrogénio é de 0.34 kg/100 km, enquanto o consumo da bateria é de 13.7 kWh/100 km.

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