M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Circular na estrada em 2030 vai ser completamente irreconhecível para um automobilista atual. Basicamente, dentro de pouco mais de uma década, não vai haver nem um único automóvel com motor a gasolina ou Diesel em circulação no mundo industrializado, e um número muito reduzido de pessoas vai ser proprietária do seu próprio carro. Estas são algumas das conclusões de um relatório publicado por Tony Seba, um economista da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Seba escreveu um relatório de 77 páginas, “Rethinking Transportation 2020-2030”, apontando como a chegada simultânea dos automóveis elétricos e dos automóveis autónomos vai alterar os hábitos de transporte dos cidadãos das grandes cidades. A revolução vai começar em 2020, desde que a legislação esteja recetiva à entrada em funcionamento da autonomia de nível 5, em que o carro pode fazer tudo sozinho sem intervenção de um condutor. Assim que esta tecnologia estiver disponível, a sua implantação vai ocorrer exponencialmente.

A adoção por parte do público vai ter motivação económica. O autor prevê que uma família americana normal poderá poupar até 5600 dólares anualmente (5070 euros) com os custos do automóvel, redirecionando esse dinheiro para outras áreas de consumo e estimulando a economia. E como poucas pessoas irão necessitar de ser donas do carro, estarão muito menos unidades em circulação, contribuindo para uma maior qualidade de vida nas cidades, no que diz respeito ao uso de espaços públicos.

Por outro lado, o sector dos transportes será bastante afetado, uma vez que o trabalho de condutor vai desaparecer. Seba também prevê o colapso da indústria petrolífera, já que 75 por cento do petróleo refinado é usado em transportes. O consumo de eletricidade deverá aumentar em 18 por cento nos Estados Unidos com um parque automóvel inteiramente elétrico, mas em compensação os transportes vão consumir menos 80 por cento de energia que antes.

Alguns grupos serão naturalmente resistentes à substituição dos veículos tradicionais pelo novo paradigma. Zonas rurais vão ter mais dificuldades em implantar as infra-estruturas necessárias para carros autónomos, enquanto pessoas com fobias tecnológicas irão protelar, mas serão forçadas a adotar o novo modelo uma vez que será pouco prático manter um carro a gasolina. Pessoas abastadas irão adotar os novos automóveis, mas continuarão a preferir ser proprietárias de um veículo.

M. Francis Portela

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