M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
A Tesla vai integrar a Fiat Chrysler Automobiles na Europa. Mas não se trata de nenhuma aquisição corporativa, pois a marca de Elon Musk apenas fez um acordo com a Fiat para que a marca americana seja contada como parte das emissões de frota do construtor italiano. Desta forma a FCA e as suas marcas (Fiat, Abarth, Alfa Romeo e Jeep) vão evitar multas da União Europeia por excederem o limite de emissões estabelecido por lei para entrar em vigor em 2021, que vai ser de 95 gramas de dióxido de carbono por quilómetro.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

A FCA é dos construtores que está mais atrasado na introdução de automóveis eletrificados. O ano passado, anunciou um investimento de nove mil milhões de euros nesta área, faseado durante quatro anos, e este ano já apresentou o seu primeiro produto do género, versões com motor híbrido plug-in do Jeep Renegade e do Compass, que vão chegar ao mercado até ao final do ano. Mas isto não será o suficiente, pelo que a Fiat chegou a acordo com a Tesla para que esta seja contada como parte da sua gama. Este tipo de acordos estão previstos pela lei, e a própria Tesla tinha proposto a qualquer construtor interessado entrar nesta parceria.

Como construtor exclusivo de carros elétricos, a Tesla tem emissões zero em toda a gama, e a popularidade de marca americana na Europa ajudaria a cumprir outro critério, do número de carros vendidos com emissões zero ter que representar 30 por cento das vendas. Não foi divulgado quanto dinheiro a Fiat vai pagar à Tesla por este acordo, falando-se em várias centenas de milhões de euros. Esta injeção de capital é bem-vinda nos cofres da empresa de Elon Musk, depois de um quebra de vendas no primeiro trimestre (muitos países eliminaram créditos à aquisição de carros elétricos, ou impuseram limites ao valor de aquisição), enquanto a Fiat vai acabar por poupar dinheiro. A multa de 95 euros por cada grama acima do limite parece baixa, mas como afeta cada carro vendido, se uma determinada marca vendesse um milhão de automóveis por toda a Europa nessas condições, corresponderia a 95 milhões de euros a pagar à União Europeia.