Fotossíntese artificial promete resolver o aquecimento global

M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
O aumento da concentração de dióxido de carbono na atmosfera amplia o efeito de estufa que existe no planeta Terra, contribuindo para o aumento das temperaturas médias, da subida do nível do mar e da desertificação dos terrenos no interior dos continentes. Tudo isto pode criar problemas para populações humanas, tanto em zonas costeiras como em zonas agrícolas, e inverter o efeito está a ser um desafio para a comunidade científica.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Mas Fernando Uribe-Romo, um professor assistente na Universidade de Berkeley, na Califórnia, pode ter descoberto uma maneira de resolver um problema. Formado em química, Uribe-Romo conseguiu duplicar o processo de fotossíntese, feito na natureza por plantas com clorofila, num material sintético. Este processo promete não só reduzir as emissões de gases de estufa, como também produzir energia.

O material, conhecido como estrutura metalorgânica, conseguiu usar uma frequência de luz para criar uma reação química no metal, absorvendo as moléculas de CO2, quebrando-os e convertendo-as em combustível. Até agora, pesquisadores só tinham conseguido fazer isto com metais preciosos, como platina, mas agora Uribe-Romo conseguiu a mesma reação usando titânio como base. Usando uma lâmpada de LEDs, o material sintético transformou o dióxido de carbono em formiato (versão iónica do ácido fórmico) e formamida (amido também derivado do ácido fórmico), ambos usados em aplicações agrícolas e industriais.