M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
O hidrogénio está cada vez mais perto de se tornar uma alternativa prática tanto aos combustíveis fósseis como às baterias elétricas de iões de lítio. Recentemente, um laboratório americano criou uma forma de usar cobre para separar água nos seus componentes, hidrogénio e oxigénio, mas agora surge uma hipótese mais natural, recorrendo apenas à fotossíntese. Esta também não é a primeira vez que usar o processo natural de respiração das plantas é a inspiração para criar combustíveis.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Uma experiência realizada por um grupo de investigadores da Univesidade de Cambridge teve os seus resultados publicados na revista científica Nature Energy, detalhando como a equipa liderada pela cientista polaca Katarzyna Sokól conseguiu replicar o processo de fotossíntese para produzir hidrogénio e oxigénio a partir de água, em vez de converter dióxido de carbono em oxigénio em alimento. Uma enzima, descoberta em algas mas hoje em dia adormecida como parte do processo biológico, foi usada pela equipa de Sokól para melhorar a eficiência do processo de absorção solar para poder transformar água em combustível.

Este processo, que a equipa de Cambridge designou como semi-sintético, pode tirar proveito da crescente capacidade de geração de energia dos painéis solares, usando a energia recebida para converter mais facilmente água nos componentes que a compõem, como se fosse uma “fábrica” de hidrogénio. Embora o processo não seja completamente natural, como usa uma enzima de alga em vez de outros catalisadores, acaba por tornar-se uma forma não poluente de produção de uma fonte de energia não poluente. Poderá assim tornar o acesso do público ao hidrogénio muito mais fácil, o que o torna mais atrativo como nova forma combustível automóvel, a longo prazo.