M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Os países da Europa estão apostados na expansão da produção de energia a partir de fontes renováveis, mas para cumprir os acordos de Paris sobre emissões poluentes globais, também vão ter que terminar os seus investimentos na área dos combustíveis fósseis. E a Irlanda é o primeiro país a anunciar que vai deixar de apostar nesta área com dinheiros públicos.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Atualmente, o governo da Irlanda possui um fundo de investimento de oito mil milhões de euros, destinado a empresas que possam criar atividade económica e emprego a longo prazo no país, dos quais 300 milhões destinam-se a 150 projetos na área dos combustíveis. E como já existem investimentos diretos e indiretos em várias empresas e projetos para a produção de energia de fontes renováveis, o governo vai ter que vender todo o seu portefólio relacionado com a produção de energia com origem em petróleo, carvão, gás e turfa.

Embora esta iniciativa ainda tenha que ser aprovada pelo parlamento irlandês, espera-se que se torne lei até ao final do ano. Até aqui, a Irlanda era considerado o segundo país europeu mais atrasado nesta área, mas agora passa para a linha da frente, ultrapassando até a Noruega, um dos países onde o investimento em energias renováveis é mais forte, mas onde o estado ainda não tem pressa para se livrar de todo o seu envolvimento na indústria petrolífera.

Sendo uma ilha localizada no Atlântico Norte, este corte nos apoios à produção de energia com base no petróleo não será complicado para o público. A Irlanda tem apenas uma refinaria de petróleo, Whitegate, localizada na zona de Cork, a segunda cidade do país, que foi vendida recentemente a uma empresa canadiana. Num determinado momento, a refinaria de Whitegate chegou a produzir 40 por cento das necessidades energéticas da Irlanda.