M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
São vários os países europeus que estabeleceram metas para impedir a venda de automóveis novos movidos a gasolina ou Diesel. Agora, mais uma juntou-se a uma lista cada vez maior, com a Irlanda a anunciar que vai proibir a venda deste tipo de automóveis a partir de 2030. Este é um dos anos mais comuns utilizados como limite pelos países que já anunciaram o seu abandono dos motores de combustão interna nos automóveis novos de passageiro.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Para o ministro do Ambiente da Irlanda, Richard Bruton, acabar o mais depressa possível com os carros com motor de combustão é uma emergência. O fim dos carros novos a gasolina em 2030 faz parte de um pacote de medidas para reduzir as emissões de dióxido de carbono geradas pelo país, que inclui também o fim dos plásticos de uso único e o uso de fontes de energia renováveis para 70 por cento da eletricidade consumida na capital Dublin. No que diz respeito aos automóveis, Bruton reconheceu que as emissões de CO2 oriundas dos automóveis têm aumentado em relação à média europeia, e que a Irlanda está dependente de combustíveis fósseis em 85 por cento da sua produção de energia. No entanto, o país terá que ter emissões zero até 2050, de acordo com os objetivos do Estado.

Assim, o Governo irlandês vai “obrigar” os seus cidadãos a abandonar os seus carros atuais o mais depressa possível, e Bruton já disse que, quando chegar 2030, já quer ter 950 mil carros elétricos nas estradas. Atualmente, o Governo dá um incentivo de 5000 euros na compra de um carro elétrico novo, mas há menos de 5000 veículos elétricos a circular na Irlanda.

O Estado vai investir na criação de uma rede nacional de carregamento elétrico (40 por cento da população da Irlanda vive na Área Metropolitana de Dublin, e muito território do país é rural), obrigar todos os prédios com estacionamento a instalar pelo menos um carregador até 2025, e proibir a emissão de inspeções válidas para carros com motor de combustão a partir de 2045. No entanto, os partidos da oposição criticaram a falta de medidas para privilegiar o uso de transportes públicos.