M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
A Universidade de Portmouth, no Reino Unido, atraiu a atenção de meio mundo com o anúncio que criou uma enzima capaz de decompor facilmente o plástico que se acumula nos oceanos. Esta enzima é uma descoberta acidental, e tem uma função semelhante ao fungo descoberto por cientistas portugueses o ano passado. Mas como funciona esta nova enzima, e o que significa para o combate à poluição?
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

A enzima, conhecida como PETase, foi batizada com este nome por ter a capacidade de decompor politereftalato de etileno (PET), o mesmo plástico usado em garrafas. A PETase foi descoberta em 2016 numa bactéria identificada no Japão como Ideonella sakaiensis, com uma aparente evolução natural para se alimentar deste plástico. Esta continua a desfazer os compostos restantes num ácido e num álcool, este ligeiramente tóxico.

A investigação da Universidade de Portsmouth tinha como objetivo determinar como a PETase podia ser usada numa escala industrial para decompor plástico, mas o resultado final, obtido em conjunto com universidades de outros países, é ainda melhor que a PETase. Ao modificar o composto para ficar mais parecido com outra enzima, a cutinase, não só consegue desagregar o plástico PET, como também consegue decompor outros plásticos, abrindo o caminho para uma potencial solução de reciclagem rápida e barata para compostos artificiais.

Assim, adivinha-se um futuro em que a acumulação de lixo de plástico deixe de ser uma realidade a longo prazo.