M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Muitas cidades espalhadas pelo mundo estão a correr para tentar ganhar o “prémio” de primeira cidade onde todos os veículos automóveis em circulação são elétricos, e embora já existam zonas nas grandes metrópoles da Europa com limitações ao tipo de veículos que podem circular, não seria uma surpresa se a primeira cidade com tráfego elétrico fosse na China. E uma cidade em particular já está na linha da frente para o fazer.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Shenzhen foi criada para ser um centro de pesquisa de novas tecnologias, e hoje é considerada o Silicon Valley do Oriente. O ano passado, tornou-se a primeira cidade do mundo onde todos os autocarros são elétricos, com a BYD a fornecer quase toda a frota de 16 mil veículos. A marca chinesa é hoje uma das principais construtoras de autocarros elétricos, e também está presente no mercado europeu, fazendo concorrência à Mercedes. No seu país de origem, a marca quer garantir que todos os automóveis novos vendidos na China são elétricos, até 2030, um objetivo mais ambicioso que o do Governo, que quer 20 por cento até 2025.

Depois dos autocarros, o mesmo deverá ser feito aos transportes públicos individuais. Desde agosto que a cidade apenas aceita registos para novos táxis se estes forem elétricos, e até ao final do ano toda a rede de 7500 veículos deverá ser eletrificada. Devido à presença da indústria informática em Shenzhen, todos os táxis só podem ser chamados através de um serviço de partilhas online. Para acelerar a substituição dos táxis “vermelhos” (com motor a gasolina) pelos “azuis” (elétricos), a cidade instalou 5200 pontos de recarga para veículos elétricos.

Como grande parte da cidade é nova, tendo surgido nos anos 80 a partir de uma série de vilas costeiras, muita da infraestrutura foi pensada para os transportes públicos. Além dos transportes públicos na estrada, a cidade também usa outros veículos não-poluentes, incluindo uma rede de metropolitano, a Shenzhen Metro, com 11 linhas e 198 estações, e um serviço de elétricos sobre carris, a Shenzhen Tram, quem tem menos sucesso devido à concorrência dos autocarros, operando apenas duas das três linhas originais.