M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
O público está a demonstrar maior interesse no uso de painéis solares com células orgânicas em vez das tradicionais células de silício. As células orgânicas são mais fáceis de produzir em larga escala, tanto no que diz respeito no acesso a materiais como na montagem dos painéis, mas têm a desvantagem de serem extremamente vulneráveis a humidade, oxidação e até a raios ultravioletas. Por isso, as células feitas com materiais sintéticos continuam a dominar o mercado.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Mas isso vai mudar em breve. Uma nova descoberta feita por cientistas da Escola de Engenharia da Universidade de Nova York promete tornar as células orgânicas mais resistentes, pelo que a produção de painéis solares vai consumir menos metais, reduzindo ainda mais o seu impacto ambiental, mesmo antes de começar a produzir energia. Trabalhando em conjunto com investigadores da Universidade de Yale, aplicaram uma fita adesiva que remove, como se fosse cera depiladora, moléculas que reagem com um ácido responsável pela degradação das células, deixando apenas polímeros não reativos.

Esta nova descoberta torna as células mais resistentes aos agentes naturais que causam oxidação, juntando esta nova vantagem a outras que já eram conhecidas em células orgânicas sobre células de silício. Essa lista de vantagens inclui a sua transparência (permitindo a sua montagem em janelas), flexibilidade (podem ser esticadas, em vez de terem um tamanho fixo) e ultraleves. Estas células foram testadas sobre pressão, calor e humidade, deixando os investigadores das universidades americanas otimistas com as aplicações desta técnica na produção de painéis solares em larga escala. Assim, os painéis orgânicos são eficazes, pela primeira vez, em todo o tipo de condições climatéricas.