FOTO Peter Pulkowski/Universidade de Mainz
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Poluição atmosférica, especialmente poeiras e micropartículas, são responsáveis por mais de quatro milhões de mortes por ano. Quase 60 por cento destas mortes ocorrem sob a forma de doenças cardiovasculares, de acordo com um estudo científico publicado no jornal científico European Heart Journal. O estudo, levado por um grupo de cardiologistas e especialistas em micropartículas, incidiu sobre os componentes habituais da poluição atmosférica, como micropartículas, ozono, óxidos de azoto, monóxido de carbono e dióxido de enxofre, os que mais podem danificar o sistema cardiovascular.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

De acordo com Thomas Münzel, um dos autores do estudo, “podemos afirmar que as micropartículas têm um papel importante na quantidade de danos causados pela poluição. Estamos particularmente preocupados com poeiras ultrafinas, partículas que têm o tamanho de um vírus. Quando estas poeiras são inaladas, entram imediatamente na corrente sanguínea através dos pulmões e instalam-se nas paredes dos vasos sanguíneos, causando inflamações locais”. Ao fim de algum tempo, estas inflamações evoluem par aterosclerose e podem causar um enfarto do miocárdio, paragem cardíaca e arritmia. Münzel ficou surpreendido por serem as micropartículas e não o dióxido de azoto a ter o efeito mais nefasto para as funções vasculares.

Outros participantes no grupo que conduziu o estudo acrescentaram que continua a ser importante reduzir cada vez mais as emissões poluentes do tráfego automóvel, mas também da indústria e da agricultura, que se concentram ao nível em que podem ser respiradas por seres vivos. Também vai ser importante combinar os dados sobre poluição atmosférica com os efeitos nocivos da poluição sonora, para um tratamento mais eficaz das causas de doenças cardiovasculares.