M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
O Oceano Pacífico tem uma ilha artificial a flutuar, com tamanho suficiente para uma pessoa lá viver. Só há um problema, essa ilha é feita de lixo. Mais especificamente, 80 mil toneladas de plástico que foi deitado fora em vários países e que se foi juntando na superfície do oceano. Limpar esta montanha de lixo flutuante é uma necessidade, mas ninguém tinha colocado em ação um plano para o fazer… até agora.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

A startup Ocean Cleanup colocou esta semana em funcionamento a System 001, uma rede gigante, concebida para recolher plástico a flutuar no oceano. A rede foi rebocada da baía de San Francisco para o Oceano Pacífico, inicialmente a 240 milhas (444 km) da costa oeste americana, para uma pequena série de testes. Depois, vai ser levada a 1200 milhas (2200 km), onde vai começar a absorver plástico para a sua estrutura.

A rede em si é composta por uma barreira flutuante em forma de U, com 600 metros de comprimento, que segura uma saia estendida até três metros de profundidade. Propelida pelas ondas e pelo vento, pode ir acumulando plástico lentamente, sem a necessidade de qualquer intervenção humana durante seis meses, quando a primeira quantidade considerável de plástico vai ser recolhida e transportada de volta para terra firme, para o material ser reciclado.

Não se espera que esta rede faça grande mossa na ilha de plástico, que ocupa uma área três vezes superior à de França. Mas esta vai ser apenas a primeira de uma frota de 60 aparelhos semelhantes, que deverão ser mais eficientes e que vão ser colocados em ação nos próximos dois anos. A Ocean Cleanup vai usar este primeiro aparelho para ver como este pode ser melhorado para fazer o seu trabalho de forma mais rápida e sem prejudicar a vida marinha.

O objetivo final da Ocean Cleanup é remover metade da ilha de plástico do Oceano Pacífico durante os próximos cinco anos, contribuindo para a eliminação de 90 por cento deste lixo do oceano até 2040. Esta organização sem objetivos lucrativos foi fundada em 2014, quando Boyan Slat, na altura com 19 anos, pensou numa forma eficaz de usar o próprio movimento das ondas e das correntes oceânicas para retirar o plástico do mar. O projeto começou a ser financiado no mesmo ano, inicialmente por crowdfunding, mas contando também com apoio governamental da Holanda e das empresas Boskalis e Maersk.

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