M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Todos os dias, o ar move-se e a isso chamamos-lhe vento. Desse vento, aprendemos a extrair energia para usar como eletricidade caseira, e essa opção não poluente está a ficar cada vez mais popular. Ainda não é suficiente, mas há potencial para uma grande parte da eletricidade gerada tenha esta origem, talvez até mesmo metade. E se outro país europeu o pode fazer, porque não Portugal?
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

A Alemanha tem sido um dos países europeus que mais tem apostado na diversificação de fontes de energia renováveis, sem emissões poluição. O governo alemão quer que 65 por cento da energia produzida no país venha de fontes renováveis, incluindo solar, eólica, hídrica e de biomassa. Um novo estudo, publicado pela Universidade de Freiburgo no jornal científico Energy Conversion & Management, demonstra que é possível que um total de 40 por cento da produção energética tenha origem unicamente eólica, e que é possível atingir esse número em 2030. Mas isso vai obrigar os operadores no mercado da energia a serem mais flexíveis quando escolherem a localização de energia eólicas, de modo a ter o maior aproveitamento possível de vento, e a não levar apenas em conta a distribuição populacional da Alemanha.

Christopher Jung e Dirk Schindler, da Universidade de Freiburgo, criaram um modelo que ajuda a otimizar a montagem de centrais eólicas, mas que também passa por tornar o sistema atual mais eficiente. Para isso, propõem que uma grande parte dos 30 milhares de turbinas atualmente existentes devem ser substituídas por novas, e que é preciso montar mais 6000. Deste modo, será possível reduzir o custo de produção da energia para o mesmo nível do que é obtido atualmente com carvão.

O modelo criado pela equipa universitária aponta para os 40 por cento, mas o valor pode ser ajustado para cima ou para baixo conforme o desejado, de modo a prever cenários mais realistas a médio e longo prazo. As produtoras energéticas deverão ser capazes de prever a densidade das centrais eólicas, a estratégia de expansão da montagem de novas turbinas e a intensidade de produção. O objetivo é fazer com que haja acumulação de centrais eólicos em certas partes do território, e diminuir o impacto ambiental e paisagístico de novas instalações.