A mobilidade elétrica está hoje em destaque na indústria automóvel, alicerçando o seu valor em questões ecológicas e de eficiência de funcionamento. As vendas deste tipo de automóveis têm aumentado de forma significativa ao longo dos últimos anos, a nível global, mas muita gente ainda os encara como uma novidade absoluta e, sobretudo, estranha. Assim, ainda há quem questione se os elétricos se conduzem como um tradicional veículo com motor de combustão interna.

Mas existem diferenças, com efeito, sendo algumas sensíveis e outras nem tanto. Neste nosso guia, damos-lhe a conhecer aquilo que existe de fundamentalmente diferente na condução entre estes dois tipos de veículos.

A aceleração é diferente?

Sim, existe uma diferença evidente na aceleração de um elétrico, face a um modelo de combustão interna. Os automóveis elétricos não têm caixa de velocidades, nem embraiagem, além de que os sistemas elétricos têm como particularidade o facto de disporem da totalidade do seu binário desde o arranque, ou seja, assim oferecendo um arranque quase instantâneo com toda a força. Por este motivo, exigem algum maior doseamento do acelerador, sobretudo, nos primeiros metros de trajeto, tanto mais que a autonomia também agradece.

Porque é que o carro trava quando tiro o pé do acelerador?

É uma pergunta pertinente e é uma característica que exige alguma habituação por parte do condutor. Os veículos elétricos mais recentes surgem equipados com um sistema de recuperação de energia que recarrega de forma parcial as baterias desde que o acelerador não esteja a ser pressionado. Essa sensação acaba por variar de veículo para veículo.

A autonomia varia consoante a utilização das funcionalidades acessórias

Funcionalidades como o ar condicionado podem reduzir a autonomia das baterias dos veículos elétricos. O esforço adicional proporcionado pelos sistemas de climatização reduz a autonomia, que nem sempre é proporcional à distância a percorrer. Além disso, uma condução mais despreocupada ou desportiva tem o mesmo efeito, com uma redução da autonomia prevista. O ideal é utilizar, quando possível a climatização quando o veículo está ligado à corrente, recorrendo-se até às aplicações remotas hoje disponibilizadas por muitos construtores para os seus veículos com acesso a partir de um smartphone.

Planificação é essencial

A tecnologia elétrica surge como fundamental para o futuro, sendo necessário, no entanto, acautelar o presente. A rede de carregamento elétrica ainda não é muito extensa, mas em Portugal já existem planos para o seu crescimento exponencial nos próximos meses. Além dos postos de carregamento rápido, há ainda a questão da longevidade dos carregamentos, sendo que os postos de carga normal oferecem ainda muitas horas até que as baterias sejam recarregadas. Assim, sempre que pretender viajar num VE, nos tempos que correm, ainda é necessário planificar o percurso e precaver demoras.