M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Enquanto as autoridades europeias apertam cada vez mais a legislação sobre emissões poluentes oriundas de automóveis de passageiros, os veículos pesados não têm sido alvo da mesma atenção da União Europeia. Mas este regime de exceção está prestes a chegar ao fim, com a União Europeia a delinear um conjunto de objetivos para reduzir as emissões de dióxido de carbono dos camiões pesados, que são responsáveis por dois terços do transporte de mercadorias por toda a Europa.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Um acordo entre a União Europeia e os construtores de veículos pesados de transporte de mercadorias vai obrigar estes últimos a reduzir as emissões poluentes de novos veículos em 30 por cento, até 2030. Antes disso, até 2025, as emissões dos camiões novos construídos vai ter que ser 15 por cento menor que atualmente. Os produtores de camiões serão multados caso os novos veículos não cumpram estas diretrizes. No que diz respeito aos camiões, estes ainda estão limitados por várias considerações técnicas que os obriga a continuar a usar motores a gasóleo, com pouca ênfase na eletrificação. Estes circulam primariamente por estradas longe dos centros urbanos, onde não existem carregadores de veículos elétricos, e durante o dia os serviços de transporte não podem ter as máquinas paradas durante várias horas para recarregar as baterias. Apesar disso, a sua poluição não afeta muito a qualidade do ar nas grandes cidades, já que estes transportes não podem circular nos centros urbanos.

Apesar dos valores de emissões poluentes serem negociados com a União Europeia, os construtores de veículos pesados ainda consideram estes objetivos algo otimistas. O objetivo da UE é tornar o bloco de países neutro em termos de emissões de dióxido de carbono, até 2050, algo necessário para contrariar as alterações climáticas do planeta. Mesmo com estes novos alvos de emissões para camiões novos, esta proposta não leva a conta a existência de frotas de veículos mais antigos, sendo que transportadores de menores dimensões poderão não ter os meios necessários para substituir as suas frotas por camiões novos e menos poluentes.