Emov: Os veículos elétricos partilhados da PSA chegaram a Lisboa

18/04/2018

Aquele que é apelidado pelo Grupo PSA como o “primeiro grande serviço de carsharing 100% elétrico de Lisboa”, o emov, está já a funcionar, prometendo uma nova forma de mobilidade sustentada com base na premissa de uma utilização racional do veículo partilhado em detrimento do veículo particular.

Criada pelo Grupo PSA ao abrigo do seu ideal de mobilidade a 360º, a plataforma emov (um ‘jogo’ com a palavra ‘move’, inglês para ‘movimentar’), instala-se agora em Lisboa, sendo esta a segunda grande capital a beneficiar do serviço, juntando-se a Madrid como as duas únicas cidades mundiais com o carsharing elétrico da PSA. A capital espanhola é um barómetro do sucesso desta aplicação, contando com mais de 170 mil utilizadores.

Ao todo, serão 150 Citroën C-Zero 100% elétricos com quatro lugares que poderão ser utilizados por todos os condutores, a partir de uma aplicação de smartphone, sendo a partir desse aparelho que todas as ações se realizam, desde a reserva da viatura até ao seu fecho depois de utilizado. O custo de utilização é de 0,21 cêntimos por cada minuto, naquele que é um preço competitivo face à concorrência.

No evento de apresentação do serviço, que decorreu no edifício da Câmara Municipal de Lisboa, com a presença de Fernando Medina, presidente da autarquia, e de Fernando Izquierdo, diretor geral da Emov, foi destacada a relevância da adoção de um novo serviço de mobilidade, sendo este o “reconhecimento de que as necessidades de mobilidade para as pessoas vão muito além do seu carro particular”.

Além disso, conforme explicou Jorge Magalhães, diretor de comunicação do Grupo PSA em Portugal, esta é também uma era em que a “digitalização funciona como uma oportunidade para a criação de novas empresas e para a oferta de novos serviços, mas também para as que já existem poderem adaptar a sua oferta e, ainda, para as cidades se tornarem mais ecológicas”.

Para Fernando Izquierdo, da emov, Lisboa tem vindo a ganhar cada vez maior importância a nível europeu, fazendo assim sentido a introdução de um serviço deste género na capital lusa.

“Estes 150 veículos elétricos são para que os cidadãos possam movimentar-se de forma livre, sendo ao mesmo tempo uma medida que procura reduzir o trânsito e as emissões poluentes. Uma nova filosofia na hora de procurar a mobilidade, para que seja uma alternativa para os utilizadores”, afiançou este espanhol, explicando ainda que a aplicação verifica em tempo real o estado de carga de cada veículo e que uma equipa dedicada está encarregue de proceder ao carregamento dos veículos – em carregadores próprios da emov – quando a carga se torna crítica.

O estacionamento dessas viaturas está assegurado nos lugares da EMEL, pelo que aos utilizadores não é necessária qualquer verba adicional. Quanto às possibilidades de crescimento, quer na frota, quer ao nível territorial, tudo está dependente da aceitação desta primeira fase, conforme adiantou Izquierdo, recordando o exemplo de Madrid, onde se começou com 500 veículos e agora já vai nos 600.

“Vamos começar do zero. Temos de crescer e vamos ver a procura. Esperamos começar devagar e dar confiança aos utilizadores. O crescimento futuro dependerá disso”, argumentou, apontando ainda um volume de utilizadores em torno dos 30 mil clientes por ano.

Medina quer mais carsharing

O presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, mostrou a sua satisfação pela chegada de mais um operador na área do carsharing, permitindo o aumento de opções de mobilidade e aquele que é um dos objetivos da autarquia – reduzir o nível de trânsito na capital.

“É para nós um gosto estar nesta iniciativa, que é muito bem-vinda e de que a cidade precisa. A área metropolitana enfrenta un desafio de mobilidade. Cada vez entram mais pessoas do que aquelas que cá habitam e isso coloca um grande desafio em termos de mobilidade”, referiu Medina, lembrando que não basta que sejam apenas veículos elétricos, mas que também exista uma mudança no comportamento dos utilizadores.

“Durante muito tempo, falámos em automóveis elétricos. Mas isso apenas reduz a poluição, não reduz os engarrafamentos. A partilha é a palavra-chave para resolver um dos problemas de mobilidade. Por exemplo o sistema de bicicletas partilhadas GIRA provou ser um sucesso. Com cerca de 500 bicicletas temos mais de 2700 viagens já feitas, a grande maioria nas horas de ponta. Sabemos que já respondem a uma necessidade”, considerou.

Para o autarca, “o sucesso deste sistema é também a melhoria da mobilidade na cidade de Lisboa”, estando em cima da mesa a execução de medidas que possam vir a funcionar como elementos para tornar esta modalidade mais atrativa para os utilizadores, como a possibilidade de se conceberem “zonas de bolsas de estacionamento para veículos partilhados, sendo esta uma opção que poderá vir a ser trabalhada com as diferentes operadoras de plataformas carsharing em Lisboa”.

“O desafio é fazer que este sistema de mobilidade partilhada seja mais uma escolha para cada vez mais gente. A rede de bicicletas com a ampliação aumenta o número de potenciais utilizadores”, argumenta.

Autocarros a gás natural na calha em Lisboa

Noutro âmbito, o autarca destacou a decisão de se proceder a uma substituição dos autocarros da Carris movidos a gasóleo por outros, mais ecológicos, a gás natural, estando a decorrer neste momento três concursos para a aquisição de novas viaturas: dois para autocarros normais e articulados a gás natural e um para autocarros elétricos.

Medina recordou que, durante muito tempo, a Carris não teve investimento no material rolante, pelo que existe agora uma necessidade de “melhorar os indicadores ambientais”, estando a “substituir o Diesel pelo gás, para já”.

Quanto aos veículos de animação turística, Medina explicou que “já foi tomada a decisão de passagem para tecnologia elétrica”.

Inquirido sobre a possibilidade de limitar a acessibilidade o acesso às plataformas de carsharing apenas de veículos elétricos, o autarca rejeita para já essa possibilidade, preferindo não limitar, mas antes “valorizar” a escolha pela mobilidade verde.

“Não prejudicamos os outros que queiram ter veículos de combustão, mas valorizamos os meios que privilegiam os elétricos. Não deve ser uma barreira à entrada. Queremos mais meios de partilha. O grande desafio é a forma como as pessoas encaram a mobilidade”, enalteceu.


Como funciona o emov?

A emov teve como principal objetivo criar uma experiência de utilização simples para o utilizador: a inscrição no serviço pode ser feita na web (www.emov.pt) ou através da aplicação compatível com dispositivos iOS e Android. Em menos de 24 horas, terá a aprovação para começar a utilizar o serviço, necessitando de documentos de identificação, carta de condução e cartão de crédito ou débito.

Note-se que o utilizador não paga nada até que comece a utilizar o veículo e pode reservá-lo sem custos até 20 minutos antes do início dessa utilização. Além disso, é esta aplicação que permite abrir e fechar as viaturas de forma rápida e fácil.

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