Estudo aponta condições para Portugal ser “referência mundial” na área energética

29/05/2018

Hector Perea, CEO da Cepsa, durante a revelação do estudo de mapa energético para Portugal em 2030.
A localização geoestratégica de Portugal é considerada fundamental para tornar o país numa “referência mundial” na adoção e produção de energias renováveis, conceção de infraestruturas e armazenamento de derivados de petróleo já em 2030, assegura um mapa energético levado a cabo pela Cepsa.

Apresentado em Lisboa, o Cepsa Energy Outlook 2030, considerado também como o Mapa Energético para aquele ano, oferece dados sobre a evolução energética dos países para os próximos anos, com a empresa a analisar as tendências e modelos socioeconómicos do mundo para explicar como será o mapa energético do futuro.

Este estudo de antevisão energética tem dados específicos dedicados a Portugal, sendo que, de acordo com os mesmos, devido à importância geoestratégica deste país, a liderança de Portugal no setor das energias renováveis ao nível europeu e as suas infraestruturas de armazenamento e produção de derivados do petróleo serão bastante relevantes. A pesquisa dedicada a Portugal investiga o crescimento económico, tendências populacionais, regulação do setor e procura de energia, entre outros.

Assim, em 2030, os produtos de petróleo continuarão a liderar o mix energético português. De facto, o petróleo será responsável por quase metade do consumo energético em 2030. As energias renováveis como o gás natural e a biomassa continuarão, contudo, a crescer, em detrimento de combustíveis fósseis como o carvão. Após alguns anos de estabilidade, entre 2014 e 2020, o estudo aponta um decréscimo de 1,3% no consumo destes produtos entre 2020 e 2030. É apontado, ainda, que Portugal irá cumprir os objetivos para 2030 em matéria de emissões de CO2, utilização de renováveis e eficiência energética.

Ainda assim, olhando para os dados do mesmo estudo, a redução na procura de produtos petrolíferos entre 2020 e 2030 (menos 1,3%) é menor do que aquela verificada nos anos de crise entre 2007 e 2014, que foi de 4,4%.

Por outro lado, a eletricidade, que representa quase um quarto da procura energética em Portugal, irá favorecer a expansão de fontes de energia renováveis, especialmente na forma de energia eólica e solar. Segundo o estudo, em 2030, Portugal irá obter 65% do mix de geração de eletricidade a partir de fontes renováveis, acima dos 60% que se irão registar em Espanha.

Menos peso nos transportes

A procura por combustíveis para uso rodoviário diminuirá em 2,1 milhões de toneladas nos próximos anos, devido à crescente eficiência de novos veículos – em termos de consumo – e ao aumento da venda de carros elétricos. Veículos pesados, como camiões e autocarros, manterão uma procura mais ou menos constante graças ao aumento da sua atividade e melhorias de eficiência mais modestas.

Os automóveis elétricos terão um crescimento moderado, mas contínuo, com uma quota de vendas de 15% do total, em comparação aos níveis insignificantes de hoje. No entanto, os híbridos serão mais competitivos e económicos e tornar-se-ão na opção preferida para cumprir com os objetivos de emissões da Europa, atingindo 35% do total. Portanto, espera-se que no ano 2030 metade dos novos veículos tenham algum tipo de eletrificação.