Greve dos motoristas: Impasse persiste e corrida às bombas continua

09/08/2019

Automóveis reabastecem num posto de combustível, em Vila Nova de Gaia. A greve dos motoristas de matérias perigosas está marcada para dia 12 de agosto por tempo indeterminado. Crédito: José Coelho/Lusa
Os portugueses continuam na expectativa em relação à greve dos motoristas de mercadorias e de matérias perigosas, um dia antes da realização de um plenário de trabalhadores decisivo sobre a paralisação marcada para segunda-feira.

O advogado do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), Pedro Pardal Henriques, disse na quinta-feira à noite que o plenário de trabalhadores no sábado, em Aveiras de Cima (Lisboa), é a “última oportunidade” para a Associação Nacional de Transportes Públicos Rodoviários (Antram) apresentar uma proposta que cancele a greve dos motoristas.

“Será até a essa hora [15:00], nesse plenário, a última oportunidade que a Antram tem para dizer ‘meus senhores, vamos apresentar uma contraproposta para evitar esta greve'”, afirmou Pedro Pardal Henriques.

O Governo decretou na quarta-feira serviços mínimos entre 50% e 100% para a greve dos motoristas de mercadorias que se inicia na próxima segunda-feira, dia 12, por tempo indeterminado.

Na Alemanha, onde acompanha a visita do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, defendeu na quinta-feira que os serviços mínimos decretados pelo Governo visam “proteger as pessoas e infraestruturas críticas”, e rejeitou que constituam uma limitação à greve.

Enquanto isso, as filas nos postos de abastecimento de combustíveis aumentaram ao longo da quinta-feira, mas a associação dos revendedores garantiu que os seus associados estão “preparados para a maior afluência dos consumidores finais”. Ainda assim, nalguns pontos, já havia combustíveis esgotados, gerando-se igualmente situações de tensão entre automobilistas que esperavam para abastecer enquanto outros procediam a abastecimentos de reservatórios.

A Associação Nacional dos Revendedores da Combustíveis (Anarec) apelou para que as pessoas, sobretudo as que têm de fazer viagens de longa distância, e as que necessitam de conduzir em regularidade, façam o abastecimento das viaturas de forma “organizada e sensata”.

Com Lusa