Grupo Volkswagen acelera eletrificação com investimento de 89 mil milhões de euros

A aposta do Grupo Volkswagen na eletrificação é cada vez mais forte e o objetivo agora é acelerar o ritmo da adoção desta nova tecnologia. O lançamento de mais modelos e a redefinição da rede de produção de automóveis fazem parte dos planos do grupo para os próximos anos, prevendo investir um total de 89 mil milhões de euros na tecnologia elétrica e na digitalização com o intuito de se tornar líder na mobilidade elétrica em 2025.

Clarificando a sua estratégia New Auto, a companhia aponta para uma transformação do seu modelo de negócio, prevendo-se a transformação da sede e da fábrica de Wolfsburgo, na Alemanha, para incrementar a competitividade das marcas, através também do aumento do investimento nas novas tecnologias.

Esse investimento de 89 mil milhões de euros é uma parte do total previsto de 159 mil milhões de euros que o Grupo Volkswagen prevê investir nos próximos anos na sua transformação futura. A Volkswagen estima que um em cada quatro automóveis vendidos, em 2026, seja 100% elétrico.

Eletrificar a rede de produção

O Grupo Volkswagen tem em custo um plano de eletrificação da sua rede de produção na Europa, procurando tirar maior partido de sinergias do grupo. No total, serão investidos cerca de 21 mil milhões de euros nas fábricas da Baixa Saxónia, a grande maioria nos locais de produção e de componentes.

A médio prazo, a fábrica de Hanover será totalmente elétrica, com esse local a ser escolhido para albergar a conceção tecnológica do Artemis, projeto elétrico de nova geração. A produção de carroçarias para um novo Bentley foi também confirmada. Outro modelo elétrico, o ID.California, foi também aprovado para produção naquele local. Além disso, Hanover será também o local de desenvolvimento para a condução autónoma no Grupo Volkswagen, com os autocarros de transporte da MOIA e com o ID.BUZZ AD (Autonomous Drive). Também será em Hanover que serão produzidos eixos motrizes (eAxles) para os elétricos com base na plataforma MEB.

A fábrica de Wolfsburgo será também eletrificada com vista à produção do Project Trinity, sendo esse local também escolhido para a produção completa do ID.3 a partir de 2024. Ou seja, esse será o único local de nascença do recém-lançado modelo elétrico com base na plataforma MEB. Antes de 2024, a produção parcial com recurso a componentes e acessórios provenientes de Zwickau será já uma realidade. Este plano permitirá ao grupo fornecer quantidades adicionais de volume que a fábrica de Zwickau sozinha não conseguiria.

Em Braunschweig, Salzgitter e Kassel, o grupo vai expandir a produção de sistemas de baterias atuais para os modelos MEB, prevendo-se também que produza componentes essenciais para a plataforma SSP. A infraestrutura de Salzgitter será profundamente mais convertida numa fábrica de baterias para a Europa. O Grupo Volkswagen vai investir cerca de dois mil milhões de euros para produzir as células unificadas para o segmento de volume na sua gigafábrica da Baixa Saxónia a partir de 2025.

Haverá ainda outros investimentos na eletrificação, digitalização e modernização em fábricas, como Leipzig, aproveitando as sinergias da arquitetura elétrica PPE para produzir dois modelos para a Porsche, ou Neckarsulm, onde serão produzidos os Audi de família E6. A partir de 2026, a fábrica belga de Bruxelas vai produzir o novo Audi Q8 e-tron.

Na Península Ibérica, sem detalhes ainda quanto ao futuro da Autoeuropa, em Palmela, o Grupo Volkswagen tem planos para a produção de veículos elétricos compactos na fábrica de Martorell e de SUV elétricos em Pamplona a partir de 2025. A decisão final, garante a companhia, dependerá das condições gerais e dos incentivos governamentais.

A ausência da Autoeuropa destes planos definidos até ao momento poderá significar apenas que ainda não está definido o seu papel na nova rede de produção do Grupo Volkswagen.