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Há um táxi português no museu da Mercedes-Benz em Estugarda

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Repleto de muitos dos automóveis mais importantes da marca alemã (e de muitos acessórios que fizeram a história do automóvel ao longo das décadas), o Museu Mercedes-Benz, em Estugarda, conta também com uma ‘peça’ portuguesa – mais concretamente, um 200D de 1988 que serviu de táxi por largos anos e que percorreu quase dois milhões de quilómetros ao longo de 13 anos de ‘carreira’ no Porto.

Local de passagem para muitos dos entusiastas da Mercedes-Benz e do automóvel como um todo, o Museu Mercedes-Benz+, conta também com automóveis que encerram em si uma história. É o caso de um Mercedes-Benz 200D de 1988, que foi assistido na Sociedade Comercial C. Santos, e que foi conduzido ao longo de 13 anos, por José Mota Pereira, na região do Porto.

O 200D W124 percorreu 1.9 milhões de quilómetros ao longo de 13 anos como táxi, no Porto, nas mãos de José Mota Pereira. Falando à Sociedade Comercial C. Santos, o taxista descreve o desenrolar do processo da ida do seu táxi W124 de 1988 para o museu da Mercedes-Benz, onde está desde 2006.

“Evito muitas vezes falar muito desse carro, porque, por vezes, a gente faz um papel assim um pouco chato de emocionar-se por causa de um carro”

“A Mercedes procurava, segundo depois eu soube, um carro que tivesse muitos quilómetros, e, naturalmente, se calhar também o estado dele, o estado de conservação do carro. As duas coisas terão motivado a Mercedes a interessar-se. Depois, mais à frente, entraram em contacto comigo para negociarmos o carro e eu dispensar o carro à Mercedes”, afirmou.

Para José Mota Pereira, recordar o W124 é como falar de um membro da própria família, tendo participado ao longo de vários anos na sua própria vida profissional e pessoal. Assume mesmo que chega a comover-se quando fala do antigo 200D. “Evito muitas vezes falar muito desse carro, porque às vezes a gente faz um papel assim um pouco chato de emocionar-se por causa de um carro. Não é o carro. O carro fez parte da nossa vida e foi uma peça de ferramenta que nos ajudou”, conta.

“Acompanhou-me em várias situações difíceis, muito difíceis e que ele é que suportou a carga maior”, explica José Mota Pereira, depois de sublinhar que “aquele carro nunca andou em cima de um camião por avaria”.

Automóvel foi a “rolar” para a Alemanha

Na altura, a Daimler pediu à Mercedes-Benz para ver junto da rede oficial de oficinas da marca os registos de quilometragem das viaturas assistidas, tendo chegado a José Mota Pereira através da Sociedade Comercial C. Santos. O Mercedes-Benz 200D W124 de 1988 foi adquirido pela Mercedes-Benz por 5000 euros, o valor comercial da viatura em 2006.

O automóvel tinha, entretanto, sido substituído, pelo táxi que José Mota Pereira conduz atualmente, um Classe E W210 de 2001, que já tem quase a mesma quilometragem do veículo que está agora no museu da marca. O W124 era, em 2006, utilizado por um dos dois filhos do motorista de táxi, que acabou por incentivar o pai a deixar o carro ‘partir’ para o museu da marca, argumentando que “eles lá vão estimá-lo melhor do que tu estimas aqui”.

Tomada a decisão de venda, a história teve mais um foco de interesse. É que o normal nestas situações é os veículos serem transportados para o Museu Mercedes-Benz por camião, dado o estado de conservação não ser o melhor. Mas não no caso do 200D de José Mota Pereira. O técnico da Daimler que veio buscar a viatura ao Porto cancelou o transporte por camião assim que viu o excelente estado de conservação, tendo decidido, no momento, que ia regressar à Alemanha a conduzir, tendo cumprido o percurso sem problemas.