A capital portuguesa foi a escolhida para a estreia mundial do novo serviço de partilha de trotinetes elétricas, a Hive, que é uma marca de mobilidade leve criada pela mytaxi, uma companhia do grupo Daimler e que visa posicionar-se como uma solução ‘last-mile‘ em complemento à operação principal dos serviços proporcionados pelos veículos com motorista.
O funcionamento desta solução de trotinetes elétricas assenta no download de uma aplicação para smartphone, sendo a partir daí que os utilizadores conseguem desbloquear e utilizar esse veículo, numa operação em tudo semelhante ao que se utiliza noutros sistemas do género. A aplicação revela um mapa no qual se encontram todas as trotinetes disponíveis num mapa.
O que é? Um novo serviço de mobilidade partilhada com trotinetes elétricas;
Quantas? No início das operações, serão 400 trotinetes elétricas;
Quanto custa? Um euro para o desbloqueio e 15 cêntimos por minuto
Eckart Diepenhorst, o CEO da mytaxi, destacou a importância desta solução para tornar a mobilidade mais sustentável, com Lisboa a ser escolhida pela sua “abertura à criatividade e à tecnologia nos tempos que correm, pelo que adoramos Lisboa”.
Para o responsável máximo da mytaxi, esta solução ‘last-mile‘ assenta em dois vetores essenciais, sendo que o primeiro é o do impacto social e ambiental na melhoria da mobilidade urbana, com impacto positivo no funcionamento das cidades, e o segundo pela ideia de que “temos uma solução verde, sempre com energia renovável”.
No entanto, destaca que uma das condições essenciais para a sua implementação em Portugal e na capital foi a abertura das autoridades locais, que se prontificaram a ajudar à sua integração na cidade: “Temos uma estreita cooperação com a cidade de Lisboa”, destacou, acrescentando ainda que “é uma experiência para que a cidade de Lisboa goste e para que as pessoas gostem”.
Numa primeira fase, existirão 400 veículos de duas rodas em implementação pela cidade, com Diepenhorst a explicar que, face à concorrência, a Hive pretende diferenciar-se pela qualidade dos dispositivos e pela facilidade de operação, além de contar com o valor de marca proporcionado pela mytaxi. “O preço, pelo menos numa primeira fase, não será um fator diferenciador em relação à Lime”, apontou.
Câmara de Lisboa incentiva
O evento de apresentação das operações da Hive contou com a presença de Miguel Gaspar, vereador para a Mobilidade na Câmara Municipal de Lisboa, que destacou a cooperação que a empresa efetuou com a autarquia local e a importância destas soluções para oferecer alternativas ao automóvel para as deslocações dentro das cidades.
“Lisboa já há muito tempo que é uma cidade inovadora. Se regressarmos a outras datas, quando descobrimos novos mundos, já o fazíamos com soluções inovadoras. Mas hoje, se queremos descarbonizar a cidade, temos de fornecer soluções às pessoas, por isso, hoje temos carros, transportes públicos e bicicletas e scooters partilhadas. Temos de cooperar com as companhias que pretendem implementar estes sistemas na cidade. Precisamos destes veículos e as pessoas gostam delas”, referiu, salientando que a cidade de Lisboa “fala com todas as soluções de mobilidade, quer de carros, quer de partilha, e trabalhamos com os dados de todas elas para melhorar”.
Um dos aspetos que Miguel Gaspar destacou nesta operação com a Hive foi precisamente o da cooperação, explicando que “há duas táticas para fazer as coisas: uns entram primeiro e depois pedem desculpa e, outros, fazem as coisas da forma correta, mostrando o seu interesse e falando com as autoridades locais”. A observação surge na sequência da ordem de recolha por parte da CML de todas as bicicletas da oBike em meados deste ano, com o vereador a lembrar que “as bicicletas começaram a aparecer em sítios distintos e estranhos, sendo um caso bem diferente das trotinetes, que são recolhidas todos os dias para serem colocados nos espaços permitidos para isso”.
“A solução, como vemos a situação, será limitar o estacionamento destes veículos aos locais permitidos para o efeito. Penso que temos de educar muito as pessoas para onde deixam os veículos. Se algum dia tivermos de ser mais agressivos, fá-lo-emos”, complementou.
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