Entre os sete finalistas deste ano do The Car Of The Year, encontravam-se sete modelos eletrificados. Três deles só estão à venda com motorizações 100% elétricas: Nissan Ariya, Toyota bZ4X e VW ID. Buzz.
Para a maioria dos países europeus, há ainda um quarto modelo apenas com versão elétrica, o Jeep Avenger, mas que em Espanha e Itália tem uma opção a gasolina.
Dos restantes três, o Kia Niro tem versões HEV, PHEV e EV, para cobrir todas as hipóteses. O Peugeot 408 e Renault Austral ficam-se pelas motorizações convencionais e híbridas, PHEV, no caso do 408.
Seguimos as tendências
Como se vê, no júri do COTY já fizemos a nossa transferência energética. Na verdade, já o fizemos há muitos anos, quando demos a vitória à primeira geração do Nissan Leaf. Talvez um pouco antes do tempo.
Peugeot 408 é outsider
Apenas o Peugeot 408 foge a esta regra, ao propor exatamente aquilo que a marca julga ser uma alternativa aos SUV. Para já, estão sozinhos no mercado, mas é bem possível que isso não continue assim por muito tempo.
A melhoria da aerodinâmica é fundamental para reduzir os consumos e aumentar a autonomia dos carros elétricos. E sabemos que esse é um dos pontos fracos dos SUV convencionais.
60 anos de The Car Of The Year
O prémio deste ano, que comemora os 60 anos, depois de o primeiro ter sido atribuído ao Rover 3500 em 1964, continua a ser tão prestigiado como no início.
Segundo dados da Kia, que venceu a edição do ano passado com o EV6, a vitória no COTY 2022 e a campanha publicitária que a marca fez com base nesse triunfo, teve um efeito positivo e mensurável nas vendas do modelo e da marca na Europa.
Não admira que assim seja. O The Car Of The Year premiou seis dezenas de modelos ao longo de seis décadas, quase todos passaram a sair das linhas de produção com um autocolante no vidro traseiro a celebrar a vitória.
Mais do que qualquer outro tipo de comunicação de massas, este simples autocolante tem servido ao longo das gerações para solidificar o The Car Of The Year como o prémio mais respeitado, mais independente e mais transparente atribuído à industria automóvel.
Razões para o prestígio
A competência e experiência dos 61 jurados de 23 países que o constituem, onde se encontram muitos dos melhores jornalistas especializados em cada país, são a garantia da qualidade do prémio. Obviamente, não digo isto por ter a honra de fazer parte do júri do carro do ano há mais de uma década.
Mas o processo de elegibilidade talvez seja o mais importante. Ao contrário do que se passa na maioria dos outros prémios, no COTY os construtores não podem inscrever os seus modelos, nem têm que pagar uma inscrição.
Total transparência
São os critérios de elegibilidade, publicados no site oficial do COTY que determinam que modelos podem e não podem ser votados pelos jurados. Geralmente, temos pela frente mais de trinta novos modelos todos os anos.
Os resultados de 2023
A luta deste ano pelo primeiro lugar foi, como quase sempre, bastante interessante, mostrando que as exigências de cada um dos 23 mercados representados no júri são muito diversas. No final, é sempre a matemática a decidir, com o primeiro Jeep feito na Europa, para a Europa a ganhar. A classificação deste ano ficou assim:
1º – Jeep Avenger – 328 pontos
2º – VW ID. Buzz – 241 pontos
3º – Nissan Ariya – 211 pontos
4º – Kia Niro – 200 pontos
5º – Renault Austral – 163 pontos
6º – Peugeot 408 – 149 pontos
7º – Toyota bZ4X – 133 pontos
