Foi assim com este espírito como parti para o segundo passeio She’s Mercedes Off Road Experience que aconteceu no último sábado, 12 de maio, entre Torres Vedras e Mafra. O encontro reuniu 24 condutoras da marca alemã e quase 80 participantes. Entre este surpreendente número, estavam mães, avós, netas, tias, amigas e desconhecidas. E ainda uma equipa determinada em fazer bons resultados e (claro) divertir-se: a nossa.
Formei dupla com a nossa colega Ana Laia, jornalista da revista Frontline. Uma mulher de armas e sobretudo de sorrisos. Com resposta na ponta da língua e pronta para “fazer o gosto ao pé”, a nossa companheira de aventura assumiu o volante no primeiro troço. O resultado não podia ter sido mais hilariante.
De carro 00 a 0 à esquerda. Ou seria à direita?
Cheias de adrenalina, lá partimos a bordo da nossa pick-up Mercedes Classe X Um veículo desmesuradamente grande, mas claramente preparado para o desafio que tinha pela frente naquele dia, pois a tecnologia 4Matic não deixa ninguém fica mal. E ainda bem. Afinal, aprendemos isso da melhor forma.
Uma pequena distração das indicações do roadbook (mea culpa) desviou-nos do roteiro para o alto da serra do Socorro, através de um corta-fogo rodeado de eucaliptos, musgo e alguma lama. Uma subida íngreme e apertada e cheia de pedras…que não constava no programa.“Esta organização não está para brincadeiras!”, pensei, impressionada.
Enquanto subíamos, sob o ruidoso musical dos sensores do nosso gigante, não demorou muito até nos apercebermos do erro. Tal lapso foi confirmado por um casal de atletas que por ali faziam uma corrida.
Faz-se a manobra com alguma cautela e desce-se para o ponto do erro, onde esperavam umas quantas viaturas também perdidas. “Não sigam o carro da frente”, disse o responsável já dentro da igreja da Nossa Senhora do Socorro. Muitas podiam considerar um insulto, mas nós considerámos uma forma de elogio. Não é todos os dias que levamos um grupo de mulheres por maus caminhos. E poucos podem gabar-se do mesmo.
Hakuna Matata (sem problemas)
No alto da serra do Socorro, o panorama era de perder de vista. Mas a próxima etapa chamava por nós. Trocámos os papéis e assumi o volante para o desafio recheado de obstáculos.
“Se ficares maldisposta, avisa”, dizia preocupada à Ana, sem qualquer estratégia pensada para o caso do seu estômago rejeitar o pequeno-almoço. “Está tudo bem, não te preocupes”, reconfortava-me, sempre pacífica.
Os caminhos exigentes levaram-nos à Tapada de Mafra, onde fomos brindadas pela presença de simpáticos javalis. Toda a caravana parou para tirar fotografias, selfies, filmes e qualquer espécie de registo do momento em que uma família de suínos selvagens se cruzou no nosso caminho. A referência ao personagem Pumba do Rei Leão da Disney não tarda em surgir na minha cabeça.
Os veados também deram ar de sua graça, mas mais discretos e graciosos. Não quiseram dar nas vistas como os vizinhos suínos.
Não vimos nenhum animal, entretanto. Apenas um carro elétrico da Tapada, carregado de turistas de aparência estrangeira se cruzou no nosso caminho. Acenámos, mas também não nos passaram cartão. “Hakuna Matata”, pensei e ultrapassei.
Fofoca no palácio real
Depois de um percurso maioritariamente realizado em alcatrão, chegámos ao último local de visita: o imponente Palácio Nacional de Mafra. Muitos conhecem a história, os caprichos e complexos de D. João V e seus sucessores, no entanto tivemos sorte de conhecer novos segredos e histórias dignas de telenovelas mexicanas, graças à nossa guia. A visita guiada transformou-se numa sessão de stand up comedy e não podíamos ter ficado mais gratas por isso.
Aprender o significado de alguns elementos presentes nos salões revestidos a mármores e admirar as telas que os compõem ganha toda uma nova dinâmica quando se acrescenta pormenores sobre a vida privada da realeza.
Terminada a visita, saímos do Palácio para enfrentar as fortes e frias correntes de ar. Uma ventania de estragar a pose para a fotografia. A verdade é que a aventura não se faz apenas ao volante.
De novo a bordo do X250 d, seguimos para um destino que me é familiar: Ericeira, aquela que gosto de considerar como minha segunda casa. O percurso passou por São Lourenço, terra de surfistas, famílias pacíficas e até de um carpinteiro de guitarras portuguesas.
Com os sentidos mais apurados que nunca e já com o roadbook na ponta da língua, lideramos a caravana que por momentos se dividiu. Admiramos o mar imenso, orgulhosas da nossa performance. Não fosse o vento, teríamos parado por momentos para observar um pouco mais a paisagem.
Seguimos caminho, sem erros, até à meta. Fomos as primeiras a chegar e a nossa festa não deixou qualquer dúvida a quem esperava o regresso das guerreiras no Hotel. Não era uma corrida, nem um rali, certo. Mas, portámo-nos lindamente e isso ninguém nos tira.
Eu e a Ana subimos para o carro e tiramos a foto da praxe. “Fomos as primeiras a chegar ao evento, as primeiras a arrancar, as primeiras a liderar, as primeiras a nos perdermos e as primeiras a chegar à meta”, pensámos. A verdade é que queríamos ser as primeiras a lanchar. Entre risos e conversas concluímos o dia.
Foi uma bela aventura proporcionada pela Mercedes com ajuda do Escape Livre. She’s (Ela é) Mercedes e muito mais! Nunca tenham dúvidas disso.
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