Na ilha de Brooke Shields com uma manta a voar sobre mim

19/07/2017

No dia seguinte tinha marcado um passeio de barco com o equipamento de “snorkeling” para irmos nadar com as Mantas, num canal entre duas ilhas onde elas passam quando a maré começa a vazar.

Felizmente enganaram-se a fazer a reserva e já não tinha lugar no pequeno barco a motor. Fui queixar-me ao gerente e ele disse que mandaria um barco só para mim da parte da tarde. Os que foram da parte da manhã apanharam a maré a encher e não viram manta nenhuma enquanto eu e duas holandesas, que entretanto pediram para também ir, assistimos a um espetáculo extraordinário.

Uma das mantas, com dois metros de largura, passou tão perto que lhe podia ter tocado e a seguir saiu fora de água, deu uma cambalhota para trás e voou quase caindo em cima de mim. Estava a filmar com a Go-Pro e, mesmo não tendo ficado uma obra de arte, as holandesas, que fazem filmes sobre natureza por todo o mundo, adoraram e pediram-me uma cópia.

Na volta para o resort, um trajeto de pouco mais de uma hora, os locais que traziam o barco decidiram lançar duas linhas em canas de pesca e, quando menos esperávamos, a Kika pescou um atum de uns 50 cm.

Passados três dias fantásticos naquele “resort” decidi mudar para o “Blue Laggon Beach resort” numa ilha a cerca de três horas de distancia, no rápido catamaran que transporta os clientes entre os vários “resorts” das ilhas.

Este fica junto ao local onde filmaram o “Blue Lagoon”, o sucesso de 1980, com a Brook Shields. A baía forma uma espécie de lagoa e é o mesmo género do outro em que estive mas com uma praia mais estreita.

Cheguei pela uma da tarde e, depois de almoçar no restaurantes em madeira, sem paredes, em cima da praia, passei o resto do dia a ler deitado numa das cadeiras da praia sobre esta baía de águas calmas e transparentes.

O dia seguinte era dia nacional das Ilhas Fiji. Pelas dez da manhã um militar, ou o que me pareceu mais ser um empregado vestido de militar, veio hastear a bandeira colocada junto à piscina e depois tivemos jogos o resto do dia. Fiz parte da equipa Europa com mais um alemão, um casal de suecos em lua-de-mel e outras duas suecas. Uma das provas era uma estafeta em natação com metade da equipa colocada numa jangada a cerca de cem metros da praia. Arranquei rapidíssimo mas cheguei à jangada esgotado, com os três adversários a passarem por mim nos últimos 30 metros. Brilhei na estafeta de canoagem, onde fui o mais rápido. A competição incluiu ainda corridas de jangadas artesanais e outra com sacos nos pés, como fazíamos em miúdos.

Um dia animado, para variar.

___________________________________________________________________

*Francisco Sande e Castro está a dar a volta ao mundo de moto e M24 publica o seu diário de bordo. Acompanhe-o nesta grande aventura

ler + em Volta ao Mundo em Crosstourer