Na lista anual das marcas automóveis mais rentáveis em 2019, a Ferrari lidera a lista com uma performance impressionante para uma companhia que dispensa (ainda) os SUV da sua gama. No polo oposto, a Tesla continua a perder dinheiro em cada carro vendido.

As conclusões são de uma análise aos resultados financeiros apresentados pelos principais grupos e marcas automóveis em referentes a 2019, efetuado por Felipe Munoz, analista especializado no setor automóvel sob a marca CarIndustryAnalysis. Este responsável é também analista de dados da indústria automóvel na JATO Dynamics, pelo que o seu conhecimento da área é bastante lato.

Assim, analisando os dados referentes ao ano passado, a Ferrai assume-se como “uma máquina de fazer dinheiro”, dominando assim a tabela de rentabilidade por cada carro vendido. Com um recorde de vendas de 10.131 unidades em 2019, a marca italiana alcançou uma margem de lucro operacional de 23,2%, com cada unidade a valer mais de 86.000€.

Como pontos bastante favoráveis para a Ferrari são apontados a “rápida adoção de novas tecnologias, facilidade de adaptação ao mercado e o departamento de marketing impressionante”, o que lhe permitiu superar um momento já complicado do mercado automóvel ainda antes de imaginar o cataclismo do Covid-19.

Fonte: CarIndustryAnalysis

Continuando a olhar para os dados dos fabricantes, o Grupo BMW fica em segundo lugar, mas para ganhar o mesmo valor que um único Ferrari tem de vender 30 automóveis. Em terceiro lugar, a Toyota precisa de vender 44 carros para obter o mesmo lucro que um único desportivo da Ferrari.

No fundo da tabela, em posição mais complicada, a Ford precisa de vender 908 carros, enquanto o Grupo Nissan, na última posição, precisa de vender 926 carros.

Tesla perde 168€ por carro

O analista também olhou com especial atenção para a Tesla, que continua a gerir um modelo de negócio diferente das suas concorrentes. De acordo com Munoz, a introdução do Model 3 ajudou a marca a expandir a sua presença global e a aumentar as vendas globais para um número recorde: 367.656 unidades entregues em 2019, um aumento de 50% face a 2018.

Porém, tal como outros analistas já haviam previsto, o facto de ser um automóvel mais barato do que outros modelos da Tesla fez com que o aumento do lucro não tenha acompanhado o registado nas vendas. Além disso, é apontado que “a Tesla está ainda em fase de expansão, queimando dinheiro de forma a fazer crescer o negócio. Isso explica o prejuízo de 61.6 milhões em 2019, contra as perdas de 346.4 milhões em 2018. Isso quer dizer que perderam 168€ por cada carro vendido”

2020: um ano catastrófico

A pandemia e a contração de praticamente todos os mercados terão um impacto importante na indústria em 2020. Olhando para os efeitos do Covid-19 no setor automóvel, Munoz refere que “a pandemia está a causar mais problemas do que o esperado e muitos constutores vão ter dificuldades para acabar o ano com dinheiro nos seus bolsos”. E vai um pouco mais longe: “Se o cenário era complexo [visto] em 2019, este ano é catastrófico. Além disso, os construtores na Europa estão ameaçados por multas derivadas do excesso de emissões poluentes”.

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