Tendo ajudado a popularizar o drift e o Toyota Corolla AE86 (mais concretamente um Sprinter Trueno) como máquina de eleição capaz de se bater com automóveis mais potentes, a banda desenhada japonesa Initial D – que deu origem depois a uma série de animação – conta finalmente com uma sequela já prevista para chegar ao pequeno ecrã em 2023. No entanto, o pano de fundo da história é bastante diferente daquele da série protagonizada por Takumi Fujiwara.

A série Initial D tornou-se de culto entre os entusiastas do automóvel e daqueles que também apreciam a animação nipónica (conhecida por manga), tendo como protagonista o jovem prodígio do drift Takumi Fujiwara que descobre o seu talento ao volante de um Sprinter Trueno AE86. Outra lenda do drift, esta real, Keiichi Tsuchiya, também ajudou ao desenvolvimento da história e chega a aparecer na trama, embora brevemente.

A publicação em banda desenhada durou entre 1995 e 2013, tendo chegado a um ponto final nesse ano, não obstante os videojogos e filmes especiais terem ajudado a manter o foco em Initial D.

Em 2017, o criador daquela saga, Shuichi Shigeno, decidiu que ainda havia muito por contar sobre o universo automóvel e criou uma sequela ‘aberta’ no sentido em que não segue novamente a história de Takumi ou dos seus amigos como ponto central. Nascida em 2017, a banda desenhada MF Ghost retrata um futuro não muito longínquo – a data definida é 202X, deixando em aberto o ano em que decorre nesta década – em que os automóveis autónomos são a norma, bem como os elétricos.

A paixão pela condução está, assim, confinada a alguns entusiastas que recorrem às pistas para manterem vivos os ‘velhos’ desportivos de motor de combustão interna. Mas também o fazem nas estradas, como no velho espírito do drift nas montanhas de Gunma de Initial D.

Com o selo da MFG, uma organização misteriosa criada por Ryosuke Takahashi, um dos velhos pilotos do drift de Initial D, esses automóveis de motor de combustão vão-se enfrentando com um novo protagonista em foco, Kanata Livington, que terá a seu cargo um automóvel que faz outra ponte de ligação com a série antecessora. Também da Toyota, agora surge um GT86 laranja que deverá servir de obstáculo para outros automóveis mais potentes e, teoricamente, superiores.

Há ainda uma outra ligação de peso na história de Kanata, com Fujiwara a marcar também presença, mesmo que numa posição secundária.