A constante flutuação dos preços dos combustíveis é uma questão com que muitos automobilistas já se habituaram a lidar de forma automática, atendendo aos usuais aumentos e descidas semanais do preço dos combustíveis em Portugal.

Contudo, com os preços muitas vezes nivelados por cima e com a noção de que o custo da matéria-prima tem uma influência direta no preço final ao consumidor, a dúvida que mais vezes ‘assalta’ o condutor prende-se com o facto de se pagar atualmente um preço bem acima daquele que é pago pelo barril do petróleo.

A título de exemplo, o preço médio do litro da gasolina 95 em 2009 foi de 1,235€ (dados da Direção-Geral de Energia e Geologia – DGEG), enquanto o preço médio do barril do crude, conforme dados da OPEP (publicados no site Statista), foi de 61,51 dólares. Porém, uma comparação rápida com os preços até ao momento em 2017 mostra uma diferença significativa. Assim, para este ano (com dados ainda não fechados por razões óbvias), esta organização aponta uma média do preço do barril de 52,39 dólares, enquanto o preço médio por cada litro de gasolina 95 (agora dividido entre aditivado e simples), é de 1,490€ para o combustível simples.

Ou seja, ao menor preço da matéria-prima não corresponde uma redução do preço da gasolina em Portugal. A razão, contudo, está também explicada nos relatórios de estatísticas da DGEG relativas a este ano: a carga fiscal. O preço sem taxas (PST) médio deste combustível é de 0,56€, ao passo que o valor de ISP (Imposto sobre Produtos Petrolíferos e que engloba também a categoria Outros) é de 0,652€. A este junta-se, ainda, o IVA de 23%, que redunda em mais 0,279€. Assim se chega ao valor médio de 1,490€ por cada litro de gasolina 95.

Sendo um fator muito relevante para todos os condutores e, de forma mais geral, para toda a sociedade – uma vez que o aumento do preço dos combustíveis afeta o custo de transportes de matérias e bens –, vale a pena explicar um pouco mais sobre a indústria petrolífera e como os impostos acabam por moldar o preço final que cada um paga na bomba de combustível.

A Galp, por exemplo, na sua página oficial, dá ainda conta de outras condicionantes para o preço dos combustíveis, devendo-se referir a influência da conversão cambial dólar/euro e o próprio mercado de cada combustível: “O preço da gasolina e do gasóleo antes de impostos não dependem apenas do preço da principal matéria-prima. O gasóleo e a gasolina têm mercados próprios e as suas cotações são influenciadas por diversos fatores, muitos deles exógenos ao mercado europeu, como os picos de procura de gasolina durante a driving season nos Estados Unidos, ou as tendências do mercado asiático (China e Índia) que afetam de forma distinta o preço final do gasóleo e da gasolina”, pode ler-se no referido site.

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