A Nissan anunciou a sua saída integral do mercado russo, vendendo todas as suas operações e bens ao NAMI, o Instituto de Pesquisa Central para o Desenvolvimento de Automóveis e Motores, noutra medida decorrente da invasão da Ucrânia pelo exército russo.

Desde 24 de fevereiro, data de início da invasão, que diversos construtores automóveis se têm afastado do mercado da Rússia, com a Renault a ser uma das marcas mais afetadas, já que tinha a maioria das ações da Avtovaz, fabricante da Lada. Agora, também a Nissan, que faz parte da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, decidiu terminar permanentemente a sua participação naquele país, como anteriormente já havia feito a Renault.

“A venda vai transferir todas as operações da Nissan na Rússia sob a designação legal Nissan Manufacturing Russia LLC (NMGR) para o NAMI para os futuros projetos de veículos de passageiros. Isso inclui as infraestruturas de produção e de pesquisa em São Petersburgo e as de Vendas e Marketing em Moscovo, que vão operar sob um novo nome”, refere a companhia nipónica em comunicado. Se oficialmente não existe qualquer indicação do valor da venda, a Reuters indica que será pago um euro simbólico.

A fábrica de São Petersburgo produziu no passado modelos como o Qashqai e o X-Trail, com alterações feitas para os gostos dos clientes russos.

Apesar de só agora anunciar a sua saída a título oficial, as operações locais da Nissan estavam suspensas desde março.

Ao abrigo do novo acordo com o NAMI, todos os empregados que pertenciam à Nissan na Rússia irão receber uma proteção de emprego por 12 meses, impedindo assim que exista um despedimento no próximo ano. Um dos pontos deste acordo passa ainda pela possibilidade de a Nissan recomprar as operações na Rússia no espaço de seis anos, assim mudem as condições no terreno.

Em termos financeiros, a companhia revela que esta saída deverá traduzir-se num impacto de cerca de 100 mil milhões de ienes (705 mil milhões de euros, aproximadamente), estando a venda ainda dependente da aceitação por parte das entidades reguladoras do país.

“Em nome da Nissan, agradeço aos nossos colegas russos pela sua contribuição para o nosso negócio ao longo de muitos anos. Ainda que não possamos continuar a operar neste mercado, encontrámos a melhor solução possível para ajudar as nossas pessoas”, referiu o CEO e Presidente da marca, Makoto Uchida.