Novo Honda CR-V: A evolução do híbrido em modo SUV

05/12/2018

Na indústria automóvel, seguir tendências é uma consequência natural do sucesso doutros modelos ou de uma tecnologia em particular. Foi assim com os motores a gasóleo, com as carroçarias SUV e, fruto dos novos tempos e das necessidades de redução de emissões, é também o caso das motorizações híbridas.

Mas, seguir tendências não implica seguir uma fórmula ipsis verbis e, no caso da Honda, o regresso em força dos híbridos ao mercado europeu dá-se com a nova geração do CR-V, equipada com um evoluído esquema técnico híbrido que dá mais um passo em frente naquilo que são os híbridos.

A reboque da nova geração do CR-V na Europa, a Honda introduz um novo conjunto híbrido com a promessa de baixos consumos e emissões reduzidas. Trata-se de mais uma variação das definições híbridas da marca nipónica que tem já em utilização os denominados i-DCD no Japão (caixa de dupla embraiagem) e o Sport Hybrid SH-AWD no superdesportivo NSX. Todas estas soluções remetem para uma abordagem de eficácia ao volante, juntando-se agora em estreia para a Europa, o i-MMD (Intelligent Multi-Mode Drive).

Apontado pela Honda como um conjunto de alta performance, destaca-se pela combinação do motor 2.0 i-VTEC a gasolina de ciclo Atkinson (mais eficiente) a transmissão direta que, garante a marca, promove maior eficiência e refinamento em comparação com as “e-CVT habituais doutros híbridos”. Ou seja, aqui não existe uma caixa de velocidades convencional, nem de variação contínua, nem de dupla embraiagem, mas um acoplamento direto da unidade motriz a gasolina às rodas (com uma unidade de desmultiplicação pelo meio). Objetivo: aumentar a eficiência pela redução de fricção mecânica interna.

Esquema engenhoso que se traduz em vantagens também na suavidade de rolamento e na redução dos ruídos e das vibrações. No total, são 184 CV de potência e 315 Nm de binário oferecidos pelo conjunto híbrido, havendo então que contar com dois motores elétricos (embora verdadeiramente motor de propulsão exista apenas um, já que o outro é um gerador que converte a energia da desaceleração em eletricidade para armazenar nas baterias de iões de lítio de 1kW. A autonomia anunciada é de dois quilómetros em modo elétrico (havendo um modo dedicado EV), mas é noutra competência que o CR-V Hybrid ganha pontos. Nesta versão híbrida, as emissões anunciadas de CO2 são de 120 g/km para um consumo médio de 5,3 l/100 km.

Ou seja, o motor elétrico está em constante atuação, tornando a locomoção muito mais ecológica. Na prática, o motor elétrico e o motor a gasolina ‘fundem-se’ numa única unidade motriz de 184 CV, com a unidade de controlo central a conseguir adequar automaticamente o modo de condução a cada momento, havendo três disponíveis neste SUV: EV Drive, Hybrid Drive e Engine Drive.

O primeiro desliga o motor de combustão interna, enquanto o segundo coloca o motor a gasolina a alimentar também o motor elétrico/gerador para fornecimento de energia, ao passo que o derradeiro recorre a uma engrenagem de bloqueio para uma conexão direta entre o motor a gasolina e as rodas.

Na maior parte das situações urbanas, o CR-V irá alternar automaticamente entre os modos elétrico e híbrido para eficiência máxima. No modo Hybrid, o excesso de potência do motor de combustão pode ser também direcionado para recarregar a bateria graças ao gerador. O modo Engine é o mais eficiente para viagens de autoestrada. A velocidade moderada, o CR-V Hybrid irá rolar em modo elétrico por mais de metade do tempo, enquanto a velocidades mais rápidas, estará em EV Drive “aproximadamente um terço do tempo”, ou seja, fazendo com que percursos em redor dos 120 km/h sejam mais poupadinhos.

A marca também garante que o refinamento e o silêncio a bordo foram pontos muito trabalhados pelos engenheiros, com acelerações lineares devido à relação fixa da transmissão e medidas adicionais para a redução do ruído e das vibrações. Além do modo EV para condução sem emissões, o CR-V Hybrid conta ainda com um botão Sport, que ‘desperta’ maior vivacidade no motor híbrido para prestações mais desportivas.

Preços:

1.5 Turbo VTEC 2WD: 32.500€
1.5 Turbo VTEC 4WD: 37.350€
1.5 Turbo VTEC 4WD: 39.500€
Hybrid 2WD 5 Lug 2WD: 38.500€

Estruturalmente, o CR-V tem reforços importantes para melhorar a sua dinâmica, dispondo agora de mais aços de ultra-elevada resistência, além de esquema de suspensão mais evoluído. Noutros aspetos, o CR-V beneficia de trabalho de otimização aerodinâmica, com fundo coberto e grelha ativa para maior eficácia.

Preços: híbrido como aposta

A aposta da marca para este CR-V de nova geração está no híbrido, cuja chegada ao mercado está agendada para janeiro com preços que começam nos 38.500€ para o modelo de duas rodas motrizes (2WD) com cinco lugares (o híbrido não tem sete lugares), num valor que se pode revelar interessante atendendo ao que é proposto.

Faróis com tecnologia LED, porta da bagageira com abertura elétrica ou o sistema de infoentretenimento avançado com a adição de um botão de controlo do volume são novidades deste CR-V de nova geração, que também conta de série com o leque de sistemas de segurança Honda Sensing, incluindo cruise control adaptativo e assistente de saída de faixa com correção de volante.

No meio de tudo isto, a versão com motor a gasolina 1.5 Turbo VTEC com duas potências dependendo da caixa: 173 CV com a caixa manual de seis velocidades ou 193 CV com a caixa CVT. Contudo, estas versões estarão disponíveis apenas por encomenda, com a aposta da Honda em Portugal a recair na unidade híbrida, com que espera atingir a fasquia das 100 unidades vendidas no primeiro ano. Uma expectativa talvez conservadora atendendo à evidente mudança de paradigma de mercado na Europa.

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