Novo Toyota C-HR: Imagem retocada na estreia do sistema híbrido de 184 CV

07/11/2019

Ao lançar o C-HR em 2017, a Toyota não só chegou ao mercado SUV com um forte impacto, como também criou, quase de forma instantânea, um ícone para a sua marca, diferenciando-se por um design agressivo e por uma qualidade dinâmica e de materiais amplamente elogiáveis. Além disso, o sistema híbrido de 1.8 litros que já era conhecido do Prius e que trazia consigo as credenciais de economia e eficiência estendia-se ao segmento da moda. O resultado? Um modelo de conquista, que trouxe muitos novos clientes para a marca.

Então, sem se tratar de uma nova geração, como melhorar a receita original do C-HR e torná-lo ainda mais competente? A resposta, sabemos agora, passou pela afinação de detalhes e pela chegada de um novo sistema híbrido, mais potente e capaz de apelar àqueles que procuram maior competência nas prestações, na forma do sistema 2.0 Dynamic Force com 184 CV de potência.

Essa é, efetivamente, uma das grandes novidades do C-HR em versão atualizada para 2020 e se o leitor não encontra mudanças visuais significativas entre este modelo das imagens e o que até aqui tem estado à venda, a razão é simples: a Toyota não quis mexer no aspeto, que tem sido um dos fundamentos de compra dos clientes do C-HR. Afinal, a ideia de um ‘Coupé High-Riding’ pagou dividendos, havendo hoje nas estradas europeias um total de mais de 400 mil unidades do C-HR – 120 mil apenas no primeiro ano, em 2017, sendo este um atestado evidente do sucesso do modelo nipónico (10% de quota nesse mesmo ano). Em 2018, a ideia de conquista aprofundou-se, com o C-HR a vender 150 mil unidades na Europa (mesmo perdendo ligeiramente em quota, devido ao surgimento de mais rivais). No cômputo, este SUV representa uma taxa de conquista na ordem dos 68%.

Por outro lado, a chegada do C-HR calhou em simultâneo com o crescimento dos híbridos no Velho Continente, sendo por aí que o modelo da Toyota também conquistou o seu espaço com oito em cada dez veículos vendidos em 2017 a serem equipados com a motorização híbrida de 1.8 litros.

Mas, agora, há mais uma opção, na forma do 2.0 Dynamic Force, uma opção mais dinâmica (como o próprio nome indica), fazendo uso de 184 CV de potência mercê da combinação de um motor de combustão interna de 2.0 litros de ciclo Atkinson permanente e melhoria na eficiência do processo de combustão que lhe permite registar uma taxa de compressão mais elevada, de 14:1, idêntica à de um Diesel, mas também uma subida na potência sem pesar nas emissões. Tecnicamente, a utilização de novos métodos permite ganhos na eficiência, como a combinação dos sistemas VVT-I e VVT-Ie para controlo melhorado do ar na admissão e no sistema de escape, funcionando também com sistema D-4S de injeção direta e indireta para utilização exata do combustível na combustão. Também a fricção interna e as perdas térmicas foram trabalhadas pela Toyota, visando assim criar um motor de combustão bastante eficiente, o que lhe permite registar uma taxa de eficiência na ordem dos 41%.

Isolado, debita 152 CV de potência e 190 Nm de binário, surgindo acoplado a um motor elétrico de 109 CV e 202 Nm, o que tem como resultado um valor combinado de 184 CV – vale a pena referir, uma vez mais, que o valor da potência conjunta não é uma soma das duas potências máximas disponíveis, uma vez que os picos são entregues em momentos diferentes da utilização do sistema híbrido.

O sistema híbrido fica completo com a presença de dois motores/geradores (MG1 e MG2) num transeixo redesenhado (nome que a marca dá ao conjunto total do eixo eletrificado), para ser mais compacto e mais leve. Mais detalhadamente, o transeixo motriz conta com quatro componentes: os dois motores elétricos, uma engrenagem planetária única e uma engrenagem redutora para a relação final.

O MG1 serve primariamente como gerador, convertendo o excesso de energia produzido pelo motor térmico em eletricidade, que é depois armazenado na bateria (e é também o alternador/motor de arranque). Cabe assim ao MG2 o papel de motor de tração – com os tais 80 kW e 202 Nm de binário -, embora também sirva de gerador quando o carro está em modo de travagem regenerativa.

Ao aumento de 50% na potência corresponde, por outro lado, uma subida ligeira nos consumos e nas emissões face ao já conhecido (mas também melhorado) 1.8 Hybrid de 122 CV. As emissões estão cifradas em 118 g/km de CO2 já em ciclo WLTP para um consumo médio de 5,3 l/100 km. A marca aponta que o sistema híbrido permite uma abordagem mais dinâmica e prestações mais fortes para assim corresponder a um chassis que tem recebido elogios pela sua competência de condução e segurança. A marca aponta, aliás, uma velocidade máxima de 180 km/h (mais 10 km/h do que no 1.8) e uma aceleração dos zero aos 100 km/h em 8,2 segundos (contra os 11 segundos do outro híbrido na gama). Pode rodar até aos 120 km/h de forma eletrificada.

Este novo modelo de 2.0 litros conta com um sistema elétrico que ascende aos 650 volts, tendo uma melhor gestão energética a partir da nova Unidade de Controlo de Potência (PCU), que faz a gestão de todo o sistema híbrido. Sendo 33% mais compacto e tendo uma poupança de 20% nas perdas elétricas face ao seu antecessor, esta PCU é assumida pela marca como “o coração elétrico multifunções do veículo”. Falta ainda apontar a adoção de uma bateria de níquel-hidreto metálico (NiMH) de 180 células e 216 volts, ligeiramente mais pesada do que uma de iões de lítio, embora tal seja compensado pelo aumento da potência.

Embora presente na atual geração do C-HR desde o lançamento, o motor a gasolina 1.2 Turbo de 116 CV e 185 Nm, não estará à venda em Portugal, apostando-se assim todas as fichas nos híbridos. A Toyota considera mesmo que o seu desaparecimento terá um efeito irrisório nas vendas, algo que os número da TME também explicam: de acordo com as previsões para 2020, 95% das vendas europeias estará a cargo dos híbridos, com 62% para o 1.8 e 33% para o 2.0.

O 2.0 beneficia ainda de suspensão melhorada com outro ajuste para o C-HR, enquanto a direção conta também com novo acerto (tudo à base da eletrónica) para uma condução mais dinâmica.

Quanto ao 1.8 Hybrid, também continua a oferecer os seus préstimos ao C-HR, embora com alguns detalhes pensados para maior eficiência. Mantém os 122 CV de potência, mas recorre agora a uma bateria de iões de lítio, mais compacta e leve para um valor de emissões de apenas 109 g/km de CO2, em ciclo WLTP. Essa nova bateria tem um total de 56 células e 207.2 volts.

Ao todo, o renovado C-HR representou um investimento de 50 milhões de euros na pesquisa e desenvolvimento, com a Toyota a dar à divisão europeia (Toyota Motor Europe), sedeada em Bruxelas, na Bélgica, uma maior liberdade na sua adequação aos gostos dos clientes locais.

Estética aprimorada

A Toyota sabe que o estilo vende e o novo C-HR não muda substancialmente. Antes inova. Na dianteira, procurou-se aumentar a sensação de largura, com novos para-choques (que passam a incluir ‘elementos em cromado’. Os faróis de nevoeiro também foram ‘afastados’ para as extremidades do para-choques, de forma a dar uma impressão de maior largura. Atrás há novo desenho dos farolins – LED e indicadores de mudança de direção sequenciais. Objetivo: tornar o C-HR num modelo mais apurado visualmente, mas sem lhe retirar os traços característicos.

No interior, também novidades nos revestimentos, tornados mais Premium, e na redução de vibrações e ruído, havendo trabalho a destacar neste campo. Para o condutor há agora um contador de tempo conduzido em modo elétrico no ecrã TFT de 4.2”, permitindo assim corroborar a afirmação da marca, com base em estudos de universidades europeias, de que os seus sistemas híbridos permitem rodar sem emissões em cerca de 80% do tempo nas grandes cidades.

Conecividade melhorada

Também o capítulo da conectividade foi melhorado, com a Toyota a introduzir um novo sistema no C-HR, com direito a atualizações dos mapas ‘over the air’ gratuitos por três anos e com a possibilidade de se ligarem aos sistemas Apple CarPlay ou Android Auto. Além disso, também o conjunto de elementos de segurança foi reforçado, com o Toyota Safety Sense a ser aplicado aqui para elevar os padrões de segurança do renovado C-HR.

O novo Toyota C-HR chega aos concessionários a 18 de novembro com preços a partir dos 29.865€ no caso do 1.8 Hybrid no nível Comfort, sendo a entrada no 2.0 Dynamic Force feita a partir dos 34.665€ no nível Square Collection, que a marca acredita, aliás, que será um dos mais vendidos. O 1.8 em igual nível de equipamento, terá um custo de 34.665€, havendo um diferencial de 2800€ entre as versões do 1.8 e 2.0.

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