Com a Republica Checa à cabeça, serão 12 os países da UE que foram convidados a discutir as normas propostas pela Comissão Europeia relativamente às emissões de CO2 e à proibição de venda de automóveis novos com motor de combustão prevista inicialmente para 2035.
Portugal é um dos outros países convidados para participar no encontro, juntamente então com a República Checa, Espanha, Finlândia, França, Alemanha, Hungria, Polónia, Itália, Eslovénia, Eslováquia e Roménia, sabendo-se que a Itália está contra as propostas da UE relativamente à proibição das vendas de carros novos com motor de combustão a partir de 2035, enquanto a Alemanha propôs que os combustíveis sustentáveis (e-fuels) sejam considerados para poder aprovar tal proposta.
Em declarações citadas no Automotive News Europe, o ministro checo dos Transportes, Martin Kupka, referiu que irá encontrar-se em Estrasburgo com outros ministros de países que também apresentem reservas quanto à norma anti-emissões Euro 7, que é bastante dura e que, basicamente, iria tornar a grande maioria dos carros com motor de combustão inacessíveis à população de menor rendimento em 2026.
A questão das normas Euro 7 para os automóveis tem sido controversa, com Carlos Tavares, CEO do Grupo Stellantis, um dos maiores do mundo, a criticar, por diversas vezes, a imposição desta regra que irá tornar os custos de desenvolvimento dos veículos a combustão bastante elevados, com natural reflexo para os compradores, numa fase em que também se batalha para baixar os custos dos automóveis elétricos.
Por outro lado, a votação final para a aprovação da proibição de venda de carros novos com motor de combustão interna a partir de 2035 estava inicialmente marcada para dia 7 de março, mas o anúncio por parte da Alemanha de que apenas votaria a favor caso os combustíveis sintéticos fossem permitidos, a par da oposição explícita da Itália, fizeram com que a votação fosse adiada.O encontro entre os ministros dos Transportes dos países convidados está previsto para segunda-feira, embora não seja certo que todos os ministros compareçam ou que alguma decisão de cariz oficioso que obrigue a repensar as metas estabelecidas seja apresentada. O que é certo é que a oposição de Itália e renitência da Alemanha levou outros estados-membros a adotarem uma postura mais cautelosa na matéria.