Ainda hoje, os entusiastas da Alfa Romeo têm no 155 V6 um modelo reverenciado pelo que alcançou em pista, simbolizando a paixão e a competência desportiva da marca italiana face a algumas das outras marcas mundialmente conhecidas. Cada 155 de turismos produzido pela divisão de competição Alfa Corse tinha por base uma estrutura tubular em aço e célula de segurança em carbono reforçado que, enquanto a carroçaria funcionava como uma ‘concha’ cosmética em redor de toda a estrutura altamente rígida desenvolvida para comportar não só as elevadas prestações, mas também as circunstâncias de um acidente.
O 155 V6 TI ITC manteve muitos dos elementos mecânicos dos seus antecessores de temporadas prévias do DTM/ITC, como por exemplo a suspensão ajustável a partir do habitáculo, com inspiração na Fórmula 1, que se transitou do modelo de 1995, bem como os grandes travões ventilados. Para a versão de 1996, adotou-se, por outro lado, uma caixa semi-sequencial de seis velocidades de origem Xtrac, enquanto outros elementos técnicos foram incorporados, como o controlo de tração, ABS ou tração integral.
A motorização foi amplamente melhorada com um motor V6 de bloco mais ligeiro e geometria a 90 graus, tendo o código interno de ‘690RC’. O seu ‘redline’ estava colocado às 11.900 rpm, para uma potência anunciada em redor dos 490 CV. A aceleração dos zero aos 100 km/h cumpria-se em apenas 2,5 segundos, superando os 300 km/h de velocidade de ponta com facilidade. Assim, também a sua aerodinâmica precisava de ser avantajada, de forma a manter o controlo sobre esta ‘besta’ do asfalto. O motor apenas foi estreado já com a temporada a decorrer, a 18 de agosto de 1996, em Silverstone, começando desde logo a mostrar a sua mais-valia.
Daí em diante, o 155 V6 ITC garantiu a pole position em metade das corridas que faltavam do campeonato, conseguindo nove voltas mais rápidas e vencendo oito das 14 provas. Este pecúlio permitiu à Alfa Romeo superar a Mercedes-Benz na tabela de construtores, enquanto Alessandro Nannini, piloto que passou anos antes pela Fórmula 1, terminou a época em terceiro no campeonato de Pilotos.
Após a participação nos circuitos, o chassis 005 regressou à Alfa Corse e, posteriormente, vendido a dois proprietários do Norte de Itália, até que em 2018 foi levado para a Alemanha. Desde julho de 2018, o carro recebeu melhorias no valor de 350 mil euros para poder participar na categoria inaugural do DTM Classics Series, mantendo muitos dos componentes originais, como o banco de competição usado por Larini ou o volante.
Agora, será proposto a leilão pela conceituada leiloeira, esperando-se obter um valor entre os 700 e os 800 mil euros.
Fotos: Stephan Bauer/RM Sotheby’s 2021
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