Neste caso, a “condução” está a cargo de Ricardo Macieira Coelho, ‘líder’ da comitiva, e da Hertz Ride, um serviço pioneiro, chave na mão (ver abaixo), que nos leva a Sul, com destino a Sagres e passagem por alguns dos locais mais emblemáticos de um Alentejo “fortificado”.
Parte final da reportagem levada a cabo por João Nunes Coelho (texto) e Fernando Marques (fotografias).
Dia 3
Ao terceiro dia rumamos a Sagres, com uma primeira paragem na nova Aldeia da Luz. Uma luz ao fundo do túnel de velocidade controlada pelo tour líder, que manteve o grupo sempre compacto, como convém em viagens deste género. Com as motos numeradas e mantendo sempre as mesmas posições durante o percurso, cada elemento é “responsável” pelo companheiro de trás. Sempre que a distância aumenta entre os elementos do grupo, diminui-se a velocidade para que o mais lento se aproxime. Tranquilo, como se querem as coisas no Alentejo. Assim, tranquilamente, foi cumprido o roteiro que nos levou da Aldeia da Luz à Mina de S. Domingos, cuja praia fluvial foi providencial para um banho tão inesperado como retemperador. Um banho a anteceder o almoço, servido já em Cortelha. Mas Sagres esperava por nós. A vila, pois claro, que isto de andar de moto não é compatível com imperiais a meio do dia.
Já depois de Salir e de Silves, a poucos quilómetros do destino final do dia, foi tempo de dar descanso às motos e assistir ao pôr-do-sol a partir do Cabo de São Vicente, “irmão gémeo” do Cabo de Sagres, ali mesmo ao lado. Um nome que revela uma homenagem ao Santo Padroeiro de Lisboa, destino final da caravana Hertz Ride.
Reza a lenda, aliás, que foi de Sagres que partiu um barco transportando o corpo de São Vicente rumo a Lisboa, tendo sido acompanhado por dois corvos durante toda a viagem, corvos que, por essa razão, ainda hoje figuram nas armas da cidade.
“Segue-se uma sequência de lugares incríveis ao longo da costa. Lugares como a Praia do Amado, Carrapateira, Carvalhal, Zambujeira do Mar, Vila Nova de Milfontes, Porto Covo, São Torpes, Sines e Melides”
Por estes dias a companhia é outra: dezenas de pessoas de várias nacionalidades juntam-se – de forma completamente espontânea – para assistir ao momento mágico em que o sol desaparece no mar. Uma espécie de final perfeito para a expedição. Se bem que a viagem ainda não tinha terminado. E ainda bem. Faltava o regresso a casa, que com este roteiro, e particularmente com o tour líder Ricardo, não se faz, naturalmente, por autoestrada.
Dia 4
CHAVE NA MÃO
A Hertz, é sabido, trata-se de uma empresa de rent-a-car. A Hertz Ride é mais, muito mais, que isso. Um serviço pioneiro, independente do negócio de rent-a-car, que nasceu em Portugal, em 2011, e tem crescido um pouco para todo o mundo, podendo ser encontrado em países como França, Espanha ou Itália e, no próximo ano, na Áustria e à Eslovénia ou Estados Unidos. Nos Estados Unidos será possível fazer roteiros como o “Best of California ou a mítica. Route 66.
Como funciona? É possível simplesmente alugar uma das várias motos BMW disponíveis – em várias cilindradas, dos 300cc aos 1200cc, no máximo com sete meses de vida não mais de 15.000 quilómetros, todas equipadas com top case e malas laterais – se bem que aqui o segredo do sucesso está nos vários tours disponibilizados. Seja um tour com roteiro pré-definido no GPS, seja com guia incluído. Eles tratam de tudo, da rota, à mota, ao alojamento. O tão famoso serviço chave na mão. O Tour pelo Melhor de Portugal – 9 dias, 1850 km – está disponível a partir de 226 euros por dia. Com guia, alojamento, moto e refeições incluídas.
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