Portugal Mobi Summit 2019: Pensar a mobilidade numa escala ainda maior

07/03/2019

Repensar a mobilidade à escala nacional é o grande objetivo do Portugal Mobi Summit 2019, evento organizado pela Global Media Group (GMG), detentora de títulos como o Diário de Notícias, Dinheiro Vivo, TSF, O Jogo ou Motor24, e que terá mais sessões de debate pelo país e foco nas grandes transformações da mobilidade e de todo o ecossistema em seu redor.

Com o centro nevrálgico em Cascais, mais concretamente na Nova School of Business & Economics (SBE), o Portugal Mobi Summit irá percorrer três cidades pelo país em sessões de ‘warm up’ para discutir as temáticas da mobilidade, com a grande conferência final a decorrer entre os dias 24 e 27 de outubro, precisamente naquela visionária universidade, com conferências e espaços para a experimentação de veículos elétricos, autónomos e novos sistemas de conectividade avançados.

A importância de um evento que conjugue diversos parceiros da área da mobilidade e que promova entendimentos comuns nesta matéria essencial é destacada por José Mendes, secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade, alertando para a necessidade de promover entendimentos, mas sem que as novas oportunidades da mobilidade promovam desigualdades no acesso a esses meios de transporte.

“A ideia de mobilidade é entendida internacionalmente como sendo em torno de três ou quatro causas: partilhada, descarbonizada/elétrica e autónoma. Esses três grandes capítulos não podem ser esquecidos. Desde o início da legislatura que procurei elencar os grandes temas para o que haveria importante para fazer em termos de barreiras regulatórias e legais e para os quais haveria de trabalhar”, referiu o governante no evento de apresentação do Portugal Mobi Summit 2019, que teve lugar na Nova SBE de carcavelos, esta tarde.

“Mas, não podemos esquecer que existe o tema do acesso. A mobilidade é um instrumento de coesão social e territorial. Mais acesso à mobilidade significa que mais pessoas acedem a mais oportunidades e que essas não são ubíquas. Quando tenho população que percorre o território, corro o risco de provocar problemas de coesão. Não se deixa ninguém para trás, temos de desenhar políticas a diferentes velocidades para que ninguém fique para trás”, afirmou, destacando que essa foi uma das razões pelas quais o Governo voltou a apostar nos transportes públicos, “com 900 milhões de euros para um programa de mobilidade, como o de auxílio à mobilidade metropolitana a um custo que todos podem suportar”.

Apontando que muito do que de bom tem sido feito e elogiado em Portugal se deve ao esforço de outras entidades, “dos que andam no terreno”, servindo o Governo para “abrir portas e alterar regulamentos legislativos” enaltece o esforço conjunto para tornar o país mais avançado no capítulo da mobilidade elétrica e mais sustentada.
José Gomes Mendes, secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade, e Carlos Carreiras, presidente da Câmara de Cascais, que se associa à edição 2019 do Portugal Mobi Summit. (Créditos: Gustavo Bom/Global Imagens)

A este respeito, recordou o acordo para reforçar quer em número, quer em localização geográfica a rede de carregadores rápidos, que agora poderão ser instalados em locais privados, como estacionamento, para uma outra gestão deste meio e acelerar a eletromobilidade. Destaca que o Governo “cedeu, a fundo perdido, 50% dos valores para instalar novos carregadores rápidos em Portugal”.

Outra temática que abordou como destaque foi o da mobilidade partilhada, declarando que “tal passa muito pelos pontos da tecnologia e da conectividade. Esta permite-nos fazer um matching em tempo real entre oferta e procura. Por isso é possível viajar em transportes de veículos descaracterizados (TVDE), a lei do carsharing e do bikesharing, acomodando novos modelos de negocio. Quanto à autonomia, tal como noutras áreas, esta é uma que está a ser muito evoluída principalmente pela própria indústria”.

Mas, com o intuito de manter Portugal na linha da frente das novas tendências, anunciou que será criado um “grupo de trabalho para estudar alterações regulatórias e legais para ter, numa primeira fase, testes de condução autónoma em Portugal e, numa segunda fase, quais as barreiras a levantar para ter condução autónoma no quotidiano”. As primeiras propostas levantadas por esse grupo de trabalho deverão estar criadas até ao verão deste ano para se “ter um primeiro plano para ensaio de veículos autónomos”.

Cascais na linha da frente

Entre os esforços das autarquias, o dos transportes a um preço contido foi destacado, como foi o caso de Carlos Carreiras, presidente da Câmara de Cascais, cidade que é uma das parceiras deste evento, posicionando-se como uma cidade visionária para ensaiar novas tecnologias, como por exemplo com a criação de um primeiro autocarro autónomo elétrico para viagens entre o ‘campus’ académico e a estação de Carcavelos. O autarca destaca o papel pioneiro de Cascais, mas que também é preciso enfrentar e superar os riscos daí inerentes.

“Assumimos o risco de sermos a primeira autoridade municipal de transportes. A partir do próximo mês haverá passes metropolitanos e interurbanos, uma medida que em Cascais já tínhamos vindo a trabalhar e que agora vemos com agrado que foi possível alargá-la a todo o país. Estou certo de que também mudamos um paradigma de que o preço não é por cliente, mas por quilómetro”, alicerçou Carlos Carreiras, lembrando que “quem toma a dianteira assume alguns riscos, mais exposição para ser atacado, mas só assim podemos cumprir uma orientação para o que somos eleitos – para servir a comunidade”.

O autarca fez ainda uma divisão curiosa entre o que é uma smart city e uma “cidade estúpida”, como lhes chamou. “O que é que as diferencia? Uma trabalha a favor das pessoas, a outra luta contra as pessoas”, concedeu.

Global Media quer que se pense mobilidade

Victor Ribeiro, CEO da Global Media Group, que chamou a si a tarefa de organizar este evento agora com uma dimensão ainda maior, salienta a necessidade de repensar a mobilidade e torná-la parte da agenda pública.

“É um envolvimento no qual estaremos todo o ano com um evento maior, com maior ambição, com maior abrangência geográfica e com maior cobertura mediática”, referiu aquele responsável da Global Media, acrescentando ainda que as três conferências ao longo do ano que servem como ‘aquecimento’ para o evento principal, em outubro, terão como temáticas a relevância da sociedade no desafio da mobilidade, o papel da indústria automóvel no capítulo da transição energética e como as novidades tecnológicas podem revolucionar o setor dos transportes.

Apresentação do Portugal Mobi Summit, Cascais 2019, esta tarde na sede da Nova SBE.
( Gustavo Bom / Global Imagens )

Por fim, “em outubro, voltamos a casa para uma conferência com protagonistas mundiais em temas como a descarbonização, a mobilidade elétrica, as soluções multimodais, as ‘smart cities’, segurança rodoviária e ‘big data’, com o estacionamento da praia de Carcavelos para as experiências de condução e de viagens em veículos autónomos”.

Terminou com a motivação de que “a Global Media Group tem como ambição colocar o paás a pensar mobilidade e colocar o tema na agenda mediática e não só. É um tema que nos vais marcar nas próximas décadas: a forma como nos movemos no ambiente urbano, como recebemos o que compramos online e como tudo se irá alterar e decorrer de uma forma com cada vez menos sobressaltos”.

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