O Renault 5 foi um automóvel marcante na indústria automóvel, fazendo uma transição bem-sucedida entre as décadas de 1970 e 1990, com um total de vendas a rondar os nove milhões de unidades se se tiverem em conta as versões originais e a sucessora, que ficou conhecida como a Supercinco, lançada em 1985.
Essa passagem de testemunho entre as duas gerações (embora as diferenças não fossem visivelmente esmagadoras) ficou marcada também pela criação de uma versão especial em 1986, como resultado da aplicação do conceito de economia circular, ou seja, de reaproveitamento de modelos.
Terminada a carreira do Renault 5 em abril de 1985 com a gama Lauréate, a marca francesa entendeu que haveria um pouco mais de história para fazer com o modelo original, tendo o 5 sido o primeiro carro a ser ‘reciclado’, não no sentido clássico que hoje é comum, mas na ideia de reutilizar os modelos.
Assim, a rede Renault tratou de recuperar modelos de dois e de quatro lugares, geralmente na sua especificação de base, e com a ajuda de um grafismo especial por autocolantes lançou aquela que ficou conhecida como a gama ‘Coach’, com o nome em língua inglesa a oferecer uma identidade mais jovial e irreverente. Além disso, contava ainda com um equipamento especial muito apreciado, um teto de abrir que se podia abrir, numa transformação que foi levada a cabo pelos próprios agentes reparadores associados à Renault. Os tampões das rodas também eram especiais, sendo elementos quase totalmente fechados.
Outras marcas viriam também a recorrer a ideia semelhante, como por exemplo a Peugeot com o seu 206+, lançado aquando do surgimento no mercado do então novo 207, em 2010, que não era mais do que uma versão reestilizada do 206, destacando-se, por exemplo, pelas óticas dianteiras semelhantes às do 207.
O objetivo era chegar aos mais jovens e recém-encartados, com um automóvel de provas dadas e fiável, mas com um custo acessível. Disponível na sua época a partir dos 21.000 francos, um Renault 5 Coach Société 850 era quase metade do preço de um Renault 5 novo.
Hoje em dia, a abordagem de economia circular na Renault encontra um paralelismo no seu programa de transformação Refactory, em Flins, no qual existe uma ‘fábrica de carros usados’, ou seja, o recondicionamento de unidades semi-novas recuperadas pela rede que são revistas e renovadas com o padrão de qualidade semelhante ao de veículos novos que são depois recolocados na rede de concessionários como modelos já com história, mas com garantia associada e maior cuidado na vistoria dos seus componentes.
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