Tal como tantas outras indústrias, a automóvel também foi fortemente castigada pela pandemia de Covid-19, que reduziu subsancialmente a procura por novos automóveis e que travou também a produção em diversos pontos do globo. Neste cenário, a própria existência de algumas marcas parece estar em risco, como poderá ser o caso da Renault, com o ministro francês das Finanças, Bruno Le Maire, a indicar que sem ajuda externa, a marca do losango poderá fechar portas.

A situação poderá ser de extrema gravidade para a marca francesa, que é a mais vendida em Portugal há mais de duas décadas. Centrada num dos países europeus mais afetados pela pandemia de Covid-19, França, a Renault estará a levar a cabo um processo de reestruturação e de corte de custos que poderá mesmo acabar com alguns modelos menos vendidos.

No entanto, de acordo com uma entrevista concedida à rádio Europe 1 por Bruno Le Maire, o panorama poderá ser ainda mais drástico na Renault (e para os demais fabricantes generalistas), referindo que é preciso “agir com urgência” para evitar cenários negros na indústria automóvel daquele país.

“A Renault pode desaparecer, os grandes construtores industriais podem desaparecer, é preciso ser lúcido. Nunca escondi a gravidade da crise e não escondo a gravidade da situação na Renault”, afirmou Le Maire aos microfones da Europe 1, acrescentando que a marca tem “recursos e tecnologias excecionais, empregados motivados e artesãos que são competentes”. Bruno Le Maire confia mesmo que a Renault “pode e vai recuperar” se definir uma estratégia, que passará pela promoção dos veículos elétricos.

Note-se que o Estado francês terá já recebido autorização da União Europeia para conceder um empréstimo de 5 mil milhões de euros ao fabricante automóvel, mas o responsável pela pasta das Finanças do ‘hexágono’ admitiu em declarações ao Le Figaro que ainda não assinou a autorização para o mesmo.

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