Com a indústria automóvel a realizar uma viragem decidida para o caminho da eletrificação, há quem se apresse a decretar a morte dos motores de combustão interna e, mais em concreto, da tecnologia turbodiesel.

Contudo, no seio da BMW, a opinião ainda é diferente, com o responsável para a área do desenvolvimento de novos veículos, Klaus Fröhlich, a considerar que a mudança para os elétricos vai acontecer a um ritmo mais lento do que o previsto e que o Diesel poderá existir por mais tempo do que se supõe.

Numa entrevista concedida ao site australiano GoAuto, Fröhlich, que noutra ocasião também assumiu estar farto das comparações entre os novos Série 3 com o antigo E46, explicou que a mudança do setor para a era da eletrificação vai levar tempo e que a discussão em torno da aceleração da eletromobilidade “é um pouco irracional”.

De acordo com a visão deste responsável, o mercado não conseguirá adotar de forma uniforme a tecnologia elétrica, apelidando de “otimista” os cenários em que 30% da gama da BMW seja elétrica ou Plug-in híbrida e que 70% seja equipada com motores de combustão interna em 2030. “Se assumirem isso como um facto, então, desses 30% imaginemos que metade são Plug-in híbridos. Terei 85% do meu portefólio em 2030 com um motor de combustão interna”, é citado no GoAuto.

No meio disso, salientando a sua ideia de que a BMW “tem os Diesel mais limpos do momento”, Fröhlich considera injusta a ‘perseguição’ que os legisladores da União Europeia têm levado a cabo contra aquela tecnologia: “Temos uma espiral na Europa na qual cada político apenas vê uma solução – bater no Diesel. De um ponto de vista das emissões de CO2 e do cliente, um Diesel moderno é uma solução bastante boa. Especialmente, para grandes carros e para os de alta performance”, afirmou, mostrando assim o seu compromisso para com a tecnologia turbodiesel, a qual tem sido bastante desenvolvida pela BMW. Ainda assim, a marca bávara ainda não seguiu o caminho da congénere Mercedes-Benz, que prepara o lançamento no mercado de novas versões Diesel-híbridas para o Classe C e Classe E.

Aquilo que Fröhlich parece concordar, no entanto, é na redução de variantes Diesel, focando-as apenas em modelos de maior volume e cimeiros em termos de posicionamento, sendo essa uma forma de diluir melhor os custos cada vez mais altos do desenvolvimento e da ‘limpeza’ dos Diesel.

No entanto, o empenho da BMW na eletrificação também está bem presente na indicação de que nos próximos anos serão lançados alguns modelos eletrificados, sendo o i X3 Concept (na galeria) apresentado este ano um bom indicador daquilo que será um futuro SUV elétrico com base no X3.

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