A braços com os muitos problemas causados pela invasão russa da Ucrânia, a Avtovaz, detentora da marca Lada, abriu um programa de rescisões voluntárias para os seus colaboradores na fábrica de Izhevsk, na Rússia, pagando cerca de 3000 euros a quem queira abandonar a companhia.

A situação da indústria automóvel na Rússia está a atravessar grandes dificuldades, não só pela saída dos principais construtores ocidentais daquele mercado, mas também pelas dificuldades na obtenção de componentes para a produção local devido às sanções impostas por muitos países devido à guerra na Ucrânia.

A produção de alguns dos modelos da Lada foi retomada, embora sem recurso a alguns dos sistemas mais modernos devido à falta de componentes eletrónicos, mas no caso da fábrica de Izhevsk a marca não terá conseguido retomar a produção do modelo Vesta. De acordo com a agência Reuters, a Avtovaz abriu um programa de rescisões voluntárias aberto aos cerca de 3200 empregados daquela fábrica (podendo também procurar outra posição dentro da estrutura).

Quem aderir à rescisão poderá receber, na melhor das hipóteses, 183.348 rublos (cerca de 3000$ ou 2900€) de compensação, o equivalente entre cinco a sete meses de trabalho.

A Avtovaz adiantou, em declarações citadas na Reuters, que não pretende proceder a despedimentos coletivos e que este programa é voluntário.

O mercado automóvel russo está a ser severamente afetado pela guerra na Ucrânia e pelas suas consequências, tendo a grande maioria das marcas ocidentais decidido retirar totalmente as suas operações (incluído negócios de após-venda e de reparação). Em contraponto, as marcas chinesas têm conseguido manter as suas vendas, mas pouco conseguem fazer para contrariar uma queda volumosa do mercado a cada mês.

Em julho, de acordo com a Associação Europeia de Comércio (AEB), o mercado caiu 75% em comparação com o mesmo período do ano passado. A Lada foi a marca mais vendida, com 10.323 unidades, menos 68% do que no mesmo mês de 2021, então já dificultado pelas consequências da pandemia de Covid-19.